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TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

Antevisão do GTSA

por Pedro Caprichoso, em 24.09.15

Domingo, todos os caminhos vão dar a São João da Pesqueira. O Salão Erótico de São João da Pesqueira é o evento a não perder por todos os aficionados da pornografia nacional. Caso São João da Pesqueira vos fique fora de mão, podem sempre dar um salto à Serra de Arga e assistir, ao vivo e a cores, ao Grande Trail Serra D’Arga.

 

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À semelhança do Salão Erótico, também em Arga poderão assistir a um espectáculo erótico de elevadíssima qualidade. Homens e mulheres usando linguagem badalhoca e gemendo em trajes reduzidos é coisinha que não faltará em Arga, nomeadamente nas subidas mais inclinadas do percurso. Não fiquem por isso chocados se derem de caras com um espanhol de muletas, com os calções de lycra enfiados na regueifa, lançando obscenidades pela boca fora. «Estoy hasta los cojones» (Estou farto), «Que coño» (Que raio/que chatice/que merda) e «Me cago en la leche» (Puta que o pariu) são algumas das bonitas expressões que poderão apreciar à conta da dureza da ascensão à Senhora do Minho.

 

Não nos cansamos de alertar os progenitores de crianças pequenas no sentido de protegerem as orelhas dos seus rebentos. Não queremos que os vossos filhos saiam de Arga a dizer asneiras, muito menos em espanhol. Posto isto, sugerimos a utilização de abafadores com um mínimo de atenuação de 25 decibéis.

 

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A tendência é querer assistir à passagem dos atletas no topo da Senhora do Minho. Acontece que os atletas são recebidos no topo ao som de chocalhos, pelo que o seu ruído abafará tudo o resto. Recomendamos antes a “zona espectáculo” localizada no último terço do Cerquido. É aí que os gemidos e palavrões atingirão o volume mais elevado. Podem fazer a experiência no Sábado aquando da realização do GTSA – Vertical. O Diogo Fernandes vai passar por vocês a gemer como se estivesse na marmelada com a Erica Fontes.

 

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Outra das “zonas espectáculo” definidas pela Organização localizar-se-á na descida da Pedra Alçada. Dadas as características da descida e o cansaço dos atletas a 4km da meta, a probabilidade de assistirem a um malho, espalhanço ou trambolhão é para cima de muita. Os atletas não gostam que o público se ria das suas quedas, mas eles que se lixem. Riam-se à vontade. Riam-se, tirem-lhes uma foto e depois gozem com eles no facebook. Não sejam egoístas. Partilhem as quedas.

 

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Tendo-se perdido na edição do ano passado, o nosso enviado especial ao GTSA reconheceu o percurso a pente fino e de fio-a-pavio. Pedro Caprichoso diz que é capaz de fazê-lo com os olhos fechados. Só não o fará porque tem medo que um tipo de muletas lhe vaze uma vista. Na vizinhança destes tipos convém estar com os olhos bem abertos. Segundo o próprio, o percurso encontra-se em excelentes condições para a prática da caça à toupeira. Ao descerem a Pedra Alçada perceberão o que ele quer dizer. Encontrarão subidas, descidas e partes planas. Podem ou não ter de atravessar cursos de água. Deparar-se-ão com zonas técnicas, zonas assim-assim, zonas lixadas e zonas erógenas. E, em jeito de cereja em cima do bolo, receberão uma beijoca da Emelie Forsberg. O Carlos Sá convidou a atleta sueca para saudar os atletas masculinos e entregar-lhes o seu merecido colete de finisher.

 

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«Fruto das condições meteorológicas previstas para o dia da prova (temperaturas na casa dos 30ºC), a organização decidiu eliminar a obrigatoriedade do impermeável como material obrigatório. Todo o restante material constante no regulamento continua a ser obrigatório.», anunciou hoje a organização. Isso é que era bom. Em mim ninguém manda. Por acaso não estava a pensar levar impermeável, mas agora que dizem que não é obrigatório é da maneira que o vou levar. Vou mais longe: só para meter nojo, em vez de impermeável, vou levar uma samarra alentejana. Segundo a Wikipédia, “a Samarra aquece nos dias frios e protege do calor nos dias quentes”.

 

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Para além do GTSA – Vertical, Trail Jovem, Caminhada, Ultra Trail, Trail Longo e Trail Curto, o GTSA contará este ano com duas novidades: O GTSA Sunsent e o Ultra Peso-Pesado. O Carlos lembrou-se de introduzir esta prova no seguimento das queixas de alguns dos principais candidatos à vitória. O André Rodrigues queixa-se que está gordo como um chibo; o Rui Sexo afirma que está com excesso de peso; o Ricardo Silva come 12 donuts por dia; o Jérôme Rodrigues confessou-me que já não cabe no tutu. Os atletas são pesados no início e no fim da prova. Quem perder mais peso em percentagem corporal será o vencedor. O prémio é um arroz de sarrabulho a seguir à prova e uma lipoaspiração no dia seguinte.

 

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A Massificação do Trail

por Pedro Caprichoso, em 22.09.15

Sinto-me feliz, contente e alegre com o crescimento exponencial do Trail Nacional. No entanto, nem tudo são rosas. Assim de repente, identifico 3 problemas associados à sua massificação:

 

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1. Chico-espertismo

 

Aproveitando o facto de o Trail estar na moda, o que não faltam por aí são chico-espertos procurando lucrar à conta do Zé—Povinho Atleta. Das 2 toneladas de provas que se realizam semanalmente em Portugal, é inevitável aparecerem provas sem qualidade. Este, porém, é o menor dos nossos problemas. A selecção natural encarregar-se-á de eliminar essas provas. É tudo uma questão de tempo.

 

2. Ganhar sem evoluir

 

A meu ver, a massificação do Trail tem prejudicado a evolução dos atletas. Há bons atletas que preferem ganhar a evoluir, escolhendo provas com menos concorrência em detrimento de provas mais concorridas. A massificação promove o aproveitamento de atletas medianos que “fogem” às provas com mais renome – onde sabem que terão mais concorrência – para alcançarem pódios nas provas mais pequenas. E o problema está justamente aqui, pois para evoluir é necessário competir com atletas melhores do que nós. O Trail precisa que os melhores atletas não se evitem – e compitam nas mesmas provas de maneira a evoluírem. A evolução advém da competição. Quem faz apenas provas pequenas não está interessado em evoluir; está apenas interessado nos aplausos.

 

3. Banalização dos campeões

 

Banalizou-se a palavra campeão. É-se campeão por tudo e por nada. Hoje, com as redes sociais, qualquer um é campeão. Pode não correr nada, mas basta fazer pódio no Trail de Curral de Moinas e publicar as fotos da prova no facebook para automaticamente receber o título de «campeão». A ignorância desportiva do Zé-Povinho faz com que seja difícil olhar para as características de uma prova (km e D+) e avaliar se o tempo do vencedor é digno de um campeão. Na estrada é fácil, pois as provas são geralmente planas – e ninguém fica impressionado, por exemplo, com um pódio numa Meia-Maratona se esta for corrida acima de 1h15. Já no Trail é complicado fazer essa avaliação, pelo que poucos olham para o tempo final dos vencedores – e estes são automaticamente encarados como “Campeões”, quando na verdade não passam de atletas mediados.

 

Neste momento, no activo, sem dizer nomes, são estes os verdadeiros campeões do Trail Nacional: para além dos incontornáveis Carlos Sá e Armando Teixeira, temos o André Rodrigues, o Nuno Silva, o Ricardo Silva, o Hélder Ferreira, o Luís Duarte e o Luís Fernandes. Numa prova com todos os melhores atletas nacionais, o vencedor sairia deste grupo. Qualquer um deles poderia ganhar aos outros dependendo das características da prova em causa. Pelo seu historial, temos obrigatoriamente de também aqui incluir o Leonardo Diogo e o Luís Mota. Mas é isto. São dez. No máximo. Os dedos de duas mãos. Temos depois bons atletas, atletas mediados e atletas fraquinhos.

 

Só vos peço uma coisa: tenham mais cuidado da próxima vez que usarem a palavra "campeão".

5 Dias em Cativeiro

por Pedro Caprichoso, em 21.09.15

Depois de 5 dias em cativeiro, estou finalmente em condições de vos relevar os factos ocorridos na última quinta-feira. Fui treinar para Valongo a convite do Jérôme Rodrigues. Não gosto do tipo, mas aceitei na mesma.

 

Choviam cães, gatos e canivetes. Por vezes a potes. Atacámos a primeira contagem de montanha do dia e fomos surpreendidos, no topo desta, por um bando de lunáticos. Contei nove. Seis de cara destapada, dois encapuzados e um tipo – o mais tagarela – com pinturas de guerra espalhadas pelo corpo. Dado o meu olfacto extremamente apurado, creio que as pinturas resultavam de uma mistura fétida de cinzas – decorrentes dos incêndios que fustigaram Valongo – com bosta de vaca. Seja como for, a GNR já tem em sua posse o retrato robô dos meliantes. Uma vez que o Ricardo Silva está à frente das investigações, a captura dos bandidos – que neste momento se encontram a monte – está para breve.

 

Fomos surpreendidos, mas não capturados. Não logo aí. Escapámos por um triz a essa primeira investida e eles só nos apanharam, 5km mais à frente, porque um ramo de eucalipto prendeu-se ao cabelo do Jérôme. Algemaram-nos as mãos e os braços, e conduziram-nos até à base do famoso “elevador”. Fizeram-nos trinta por uma linha: molharam-nos saltando nas poças de água, empurram-nos contra zonas enlameadas, peidaram-se na nossa direcção e insultaram-nos repetidamente. A mim, que trajava de amarelo florescente, apelidavam-me de “homem da Brisa”.

 

No elevador voltámos a escapar. Ainda que de pés e mãos algemadas, os malfeitores não nos conseguiam acompanhar elevador acima. Prevendo essa possibilidade, dois deles anteciparam-se, atalharam caminho e fizeram-nos uma emboscada no topo do elevador. De maneira a prevenir nova fuga, deixaram-nos aí atados a um eucalipto de cara virada para a árvore.

 

Passámos 5 dias a Barras Olimpo e água da chuva. Os raptores trazia-nos uma ração de barras Olimpo ao nascer do dia e, sempre que lhes dirigíamos a palavra, respondiam com a mesma lengalenga de sempre: «Dos fracos não reza a história? Uns ganham nas provas. Outros ganham todos os dias.» Durante esse tempo fui violado por dois ursos, um lenhador e três escuteiros. Urso, se me estás a ouvir, o lenhador que me violou antes de ti tem uma doença sexualmente transmissível. Vai fazer análises. (*)

 

O Jérôme encontrava-se na mesma posição que eu, mas nele ninguém lhe tocou. Apenas o meu rabinho sofreu as consequências. Escangalharam-no. O dele permaneceu inviolado. Desconfio que tal tenha a ver com o facto do tipo tagarela me ter obrigado a vestir a sua t-shirt suada.

 

Na faculdade declarei-me anti-praxe e agora tenho de passar por esta humilhação?

 

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*Sim, isto é uma referência aos gatos fedorentos.

TRILHOS NA CIDADE? ONDE?

por Pedro Caprichoso, em 17.09.15

Com os Urban Trails de Lisboa e Porto à porta, importa ‘voltar à vaca fria’ e questionar que sentido faz usar o termo “Trail” na cidade.

 

904021_617191868309462_1882397384_o.jpgQuero deixar bem claro que não estou aqui para fazer juízos de valor. Não estou aqui para vos tentar convencer que o Trail em meio natural é melhor do que o Trail em meio urbano. Não é isso que está em causa. Gostos não se discutem.

 

Venho, isso sim, questionar simplesmente o facto de se associar o termo "Trail" a uma corrida feita na cidade. Porque não chamar-lhe outra coisa qualquer? Que tal “Urban Run”? “City Run”? “Street Run”? Ou, porque não, em bom português, tão-simplesmente “Corrida de Rua”? Sei lá. Puxem pela imaginação.

 

Porquê “Trail”? Apenas porque tem partes técnicas com bastante desnível? Isso chega para levar o carimbo de “Trail”? É que isso são apenas dois dos aspectos inerentes ao Trail Running. E a Natureza? E a Montanha? Não será isso mais importante?

 

A pergunta dos 10 milhões de euros é esta: Onde estão os trilhos na cidade?

 

Chamem-me conservador e bota-de-elástico, mas eu não consigo conceber o “Trail” sem ser na Natureza – e não me venham dizer que existe o conceito de “Natureza Urbana”, porque não existe. Vou mais longe: a Natureza, para mim, é o elemento essencial do Trail. A meu ver, por exemplo, é mais Trail uma prova plana disputada na natureza sem dificuldade técnica do que uma prova com muito desnível e tecnicidade disputada na cidade. São opiniões.

 

O conceito de "Trail Running", cuja origem remonta aos Estados Unidos, a meados da década de 70, está intimamente ligado à Natureza e à Montanha – e não tem nada a ver com o Ambiente Urbano. Estarei a dizer alguma asneira?

 

O que é que se segue? O “Track Trail”? O “Road Trail”? O “Gym Trail”? Pois para isso bastará introduzir obstáculos artificiais com muito desnível e dificuldade técnica em pistas, estradas e ginásios.

 

Eu crítico a utilização da palavra "Trail" no "Urban Trail" da mesma maneira que crítico a sua utilização noutro tipo de provas que, embora se disputem na natureza, nada têm a ver com o "Trail". Exemplo: seria como se os organizadores da “Marathon des Sables” mudassem o nome da prova para "Ultra Trail des Sables", visto que correr no Deserto também pouco ou nada tem a ver com o conceito de "Trail Running". Percebem onde eu quero chegar?

 

A verdade é esta: as organizações deste tipo de eventos apropriam-se da palavra “Trail” porque o Trail está na moda – e esperam com isso atrair mais participantes. Essa é a única razão pela qual o fazem.

10 Dicas para correr à chuva

por Pedro Caprichoso, em 15.09.15

Quem veio aqui ter através do facebook é um coninhas. Sim, leram bem: coninhas. És um coninhas. Dicas para correr à chuva? A sério? Só os coninhas precisam de dicas para correr à chuva. Alertas amarelos é para coninhas. Um trail runner corre debaixo de chuva, debaixo de granizo, debaixo de tempestades eléctricas, debaixo de porrada... Se fossem atletas de estrada, ainda se percebia. Agora, trail runners com medo da chuva? Onde é que isso já se viu? Tipos que atravessam rios têm medo de umas gotinhas de água e de umas rajadas de vento – e precisam de dicas para levantarem a peida do sofá em dias de chuva? Façam-me o favor. Vocês metem-me nojo!

 

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Estou a meter-me com vocês. Vocês vieram ao sítio certo. Ver em baixo as dicas do TopMáquina para correr à chuva:

 

1. Correr acompanhado

 

Correr acompanhado dá logo outra motivação, mais ainda em dias de chuva. Além da motivação, podemos também nos divertir empurrando os nossos amigos para as poças de água.

 

2. Correr de boné

 

Corro sempre de boné, faça chuva ou faça sol, para disfarçar o facto de estar a ficar careca. Mas o boné em tempo de chuva tem outra serventia: impede que a chuva nos bata nos olhos, coisa que me irrita profundamente. Este conselho pode igualmente ser adoptado pelas actrizes porno na medida em que o boné evita que a ranheta dos homens lhes vaze uma vista.

 

3. Tomar duche antes de sair de casa

 

«Que sentido faz tomar banho, se banho é o que vamos tomar ao correr à chuva?», pergunta o leitor. À primeira vista, de facto, não faz muito sentido. Mas eu não estou a falar em tomar duche nu. O segredo está em tomá-lo vestido, com água quente, de maneira a que aqueles primeiros quilómetros debaixo de chuva custem menos. Como bem sabem, o que custa mesmo é ficar ensopado. Depois de ficarmos ensopados, já nem ligamos. Até saltamos nas poças de água e tudo. Tal e qual as crianças.

 

4. Usar um escudo humano

 

O vento é outro dos nossos inimigos em dias de temporal. No seguimento do ponto 1, convém convidares amigos mais volumosos do que tu. Desta forma poderás usá-los como escudo humano de forma a te abrigares do vento.

 

5. Usar contra-pesos

 

Se fores um tipo lingrinhas, um pau-de-virar-tripas ou um trinca-espinhas, tens de correr com lastro para não levantares voo em dias de temporal. Pelo sim e pelo não, o melhor é correres com uma barra de ferro enfiada pelo rabo acima. Eu não preciso porque tenho tomates de aço, que me mantêm sempre ao nível do solo.

 

6. Usar calçado velho

 

Com ténis novos ficamos sempre mais relutantes em molhar os pés. Ninguém vai usar as suas novas Salomão Raptor 15 – adquiridas pela módica quantia de 160€ – à chuva, pelo que o melhor é correr com sapatilhas velhas. O ideal, mesmo, é que as sapatilhas tenham a sola esburacada de maneira a melhor escoar a água.

 

7. Correr sem meias

 

Sem meias o pé seca mais depressa. É um facto. Com meias o pé permanece ensopado, enruga e ganha bolhas com mais facilidade. A única desvantagem de não usar meias é que ficamos sem sítio onde limpar o rabo em caso de caganeira. Só se levarmos o papel higiénico dentro de uma bolsa de plástico, mas quem é que se lembra disso?

 

8. Correr sem roupa interior

 

Correr à chuva com roupa interior faz com que as nossas partes baixas permaneçam ensopadas – e, como bem sabemos, fruta húmida apodrece. Eu não quero que a minha fruta apodreça, a modos que a minha tomateira anda sempre à pendura de encontro à licra dos calções. Molha-se? Molha, mas não apodrece.

 

9. Beber um batido

 

Para prevenir pneumonias ou possíveis resfriados, tenho por hábito tomar um batido de fruta em dias de chuva. O segredo está nas vitaminas. Às frutas adiciono uma pitada de libidium fast de maneira a ficar com a tenda armada – e de tenda armada só se molha quem quer.

 

10. Ganhar um par

 

E que tal ganharem um par de tomates e treinarem sem desculpas? É água. Não é ácido sulfúrico.

Actor de filmes alternativos

por Pedro Caprichoso, em 14.09.15

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Depois de brilhantemente sagrar-se vice-campeão do Ultra Trail Canfranc-Canfranc, Jérôme Rodrigues foi entrevistado pela Organização da prova Espanhola. A entrevista ainda não foi oficialmente divulgada ao público, mas também não é preciso. O TopMáquina antecipou-se à concorrência, contratou um pirata informático e obtivemos o Making Of da entrevista registado pelo telemóvel do Presidente do Viana-Trail.

 

Devido ao vento que se fazia sentir, a qualidade sonora do vídeo deixa muito a desejar. Contratámos então um especialista em leitura labial e um editor de vídeo para legendar a entrevista. O problema é que estes parecem terem confundido o Jérôme com um actor de filmes alternativos. Confiram no vídeo em baixo:

 

 

O medo de levar no rabinho

por Pedro Caprichoso, em 10.09.15

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Os primeiros protegem o abono de família; os segundos protegem o rabinho. Uma vez que há a possibilidade de levar com uma bola nas partes baixas – coisa que aleija –, compreende-se o porquê dos jogadores de futebol protegerem a tomateira. Pelo contrário, não se percebe a razão que leva os atletas a taparem o rabinho no pódio. Terão medo que alguém venha por trás e lhes esbandalhem o traseiro? Nunca vi uma prova atribuir troféus na forma de supositórios, mas nunca se sabe…

Herói do EstrelAçor vítima de bullying

por Pedro Caprichoso, em 10.09.15

Depois dos primos Rodrigues (André, Pedro e Jérôme), o José Faria é o meu atleta preferido. Não sei por quê, mas é. O tipo não corre um peido, mas há ali qualquer coisa. Desconfio que seja a barba. Aquela barba é especial. “Magnética” é a melhor palavra que me ocorre. Barba magnética. Se fosse rabeta, era com ele que adoptaria um pretinho de África.

 

Dito isto, venho por esta via denunciar um caso de maus-tratos no seio do Trail Nacional. O bullying é uma tragédia conhecida nas nossas escolas e locais de trabalho, mas no desporto é inaudito. Não vou apontar o dedo a ninguém em particular. Direi apenas que não há palavras para descrever os abusos infligidos ao (meu) Faria pelo Presidente do Viana-Trail. É vergonhoso. No mínimo.

 

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A escola da vida que é o facebook ensina-nos que devemos ultrapassar os nossos limites e que desistir não é opção. Isso é uma coisa. Outra coisa é colocarmos a nossa vida em perigo com medo do nosso Presidente. O Presidente do Faria começou por dizer que lhe cortaria os prémios se ele não fizesse pódio no EstrelAçor. O Faria é um tipo que não liga a dinheiro e cagou para os prémios.

 

“Caguei para os prémios”, disse ele, lançando perdigotos, com o nariz a dois palmos do nariz do seu Presidente. Ao perceber que o corte dos prémios não era castigo suficiente, o vilão desta história voltou ao ataque e fez o impensável: ameaçou proibi-lo de treinar com o contingente feminino do Viana-Trail. Isto não se faz. Isto é terror psicológico da pior espécie. De referir que a foto abaixo publicada foi tirada no momento em que o Faria seguia na dianteira do EstrelAçor (180km) com cerca de 18h de prova.

 

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Assim, perante a possibilidade de não mais treinar com as meninas do VT, o Faria passou a encarar o EstrelAçor como uma prova de vida ou de morte. Resultado: os últimos 10 km foram feitos sob sofrimento extremo. Há testemunhas que o viram a chorar. De tal modo que desmaiou assim que tirou as sapatilhas, sendo depois transportado de urgência para o hospital da Guarda. As crocs que o Faria usou na cerimónia do pódio atestam bem o estado em que os seus pés ficaram.

 

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Nestas provas extremas, um tipo chega a um ponto em que deixa de conseguir controlar as emoções. Ora chora, ora ri, ora desespera, ora grita, ora geme, ora excita-se e fica com a tenda armada. Já todos passámos por isso. As emoções do Faria foram, porém, o menor dos seus problemas. Para além do desespero e do cansaço, o nosso herói vinha com uma entorse desde os 134 km. Ou seja, fez os últimos 46km manco. Uma maratona manco, imaginem só. Os últimos 7km, feitos a descer, foram percorridos a 2/3km por hora. Já mal caminhava e cortou a meta completamente desorientado.

 

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Para terem noção das condições em que se disputou o EstrelAçor, basta referir que o Jérôme Rodrigues só não desistiu na Maratona (42km) porque foi ameaçado pela mãe de um colega de equipa. Mais bullying, portanto. “A mãe do Diogo disse que nos dava um enxerto de porrada à frente do povo de Linhares da Beira caso desistíssemos”, afirmou o atleta barcelense mal cortou a meta no lugar mais alto do pódio. E mais não disse porque desfaleceu instantes depois, em resultado de uma insolação.

 

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Pior do que ficar com os pés e o orgulho destruídos, o Faria ficou triste porque não pôde cumprir a promessa que fez à sua amiga colorida. A promessa era a de com ela fazer a Maratona do EstrelAçor. Pese embora o estado deplorável em que se encontrava, o nosso herói garantiu que só não a fez porque o médico deu-lhe alta já depois do tiro de partida. Importa referir que o Faria havia cortado a meta 6 horas antes do tiro de partida da Maratona. Que macho!

A Solução para a Crise dos Refugiados

por Pedro Caprichoso, em 08.09.15

Este casebre subescreve a escola de pensamento de que se pode brincar com tudo. Tudo depende do contexto. Nesse sentido, eis a solução que o TopMáquina propõe para a crise dos refugiados:

 

Tendo de percorrer tantos quilómetros para fugir à guerra, parece-me evidente que muitos refugiados têm potencial para se tornarem excelentes Ultra-Maratonistas. Faria por isso todo o sentido que muitos deles fossem acolhidos por equipas do Trail Nacional. Sinceramente não percebemos como é ninguém se lembrou disto antes. O Presidente do Viana-Trail já disse que acolherá pelo menos 500.

 

«O Viana-Trail precisa de mais atletas. Os 125 que temos neste momento não são suficientes.», afirmou José Carlos Alcobia aos microfones da TSF depois de tentar convencer a Bárbara Baldaia a vestir a camisola do Viana-Trail.

Esmiuçamento da entrevista do Jérôme Rodrigues

por Pedro Caprichoso, em 07.09.15

À primeira vista parece uma entrevista banal, inocente e norteada por três hagás: honestidade, humildade e humor. No entanto, após repetidas audições, começamos a decifrar as indirectas, os recadinhos e as mensagens subliminares. É preciso ler nas entrelinhas para saber o que o Jérôme está, efectivamente, a dizer. Que é como quem diz: é preciso esmiuçá-la. Esmiuçá-la-emos então:

 

 

01:00 – «O Pedro Caprichoso coagiu-me a participar no Desafio Prozis.»

 

Coagir? Desde quando é que atar um gajo nu a uma cama e fazer-lhe cócegas nos pés é coagir uma pessoa? Que exagero!

 

04:02 – «No Ultra Trail tudo pode acontecer.»

 

Não pode. Para quê enganar as pessoas? Há coisas que não podem acontecer no Ultra Trail. Há impossíveis. Por exemplo, é impossível fazer o Ehunmilak abaixo das 25h, sem muletas e de fio dental entalado no rêgo do cu. Impossível.

 

05:25 – «Não vou esmiuçar o que eu como.»

 

Os jornalistas já deviam saber que o Jérôme não fala da sua vida privada – e faz ele muito bem. Eu também não falo de quem eu como ou deixo de comer.

 

06:55 – «A casa é que faz o atleta»

 

Esta magoou-me profundamente. Não tenho culpa dos meus pais terem um restaurante na Mealhada e de ter nascido numa Casa de Leitões. Já me chamaram porco de forma mais educada.

 

08:45 – «Não gosto muito de água.»

 

Isto é uma indirecta aos que o acusam de cheirar mal, eu incluído.

 

09:33 – «Foda-se, é demais ir 2/3 vezes ao fisioterapeuta!»

 

Isto é um pedido de ajuda camuflado. O tipo está viciado nas mãozinhas do Bizarro! Já não vive sem elas. Não é segredo que o Jérôme dorme à frente da clínica Bizarro e rouba auto-rádios para pagar o vício. Uma tragédia.

 

12:03 – «O nosso dirigente desportivo diz muita coisa».

 

Tradução: «Alcobia, cala-te!»

 

13:55 – «Comecei a correr para arranjar namorada».

 

Pronto, cá está ele a fazer-se de vítima. Ui, coitadinho, estava gordinho e ninguém lhe pegava. Começaste a correr para arranjar namorada? Olha que novidade. Começámos todos. Como diz a amiga da amiga de uma prima minha: “É a força da pachacha!”

 

19:13 – «Isto porque nós fizemos a tal prova, na Padela, há 3 anos atrás. Há 2 anos atrás… Não, melhor, há 3 anos.»

 

Em primeiro lugar, é redundante dizer “3 anos atrás”. Diz-se “há 3 anos”. Em segundo lugar, foi mesmo há 2 anos. Ver a prova em baixo. Isto para dizer que fiquei à frente do Jérôme na primeira edição do Hard Trail da Padela. Ora toma, embrulha e faz um lacinho.

 

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19:30 – «Recebi o convite do José Carlos Alcobia para integrar o Viana-Trail».

 

Grande coisa. Ele convida toda a gente. É assim que ele nos engana. Faz-nos sentir especiais e depois vimos a saber que ele vai com todos. Eu percebo a tua dor.

 

22:36 – «Atleta é aquele que consegue viver do desporto».

 

Mais uma mentira. Há muita gente que vive do desporto e não é atleta, como por exemplo as mulheres dos jogadores de futebol – que vivem às custas deles.

 

25:25 – «Os meus heróis são pessoas palpáveis».

 

26:43 – «Colegas que me acabam por suscitar bastante prazer».

 

Não carece dizer nomes. Todos sabem a quem ele se está a referir. A nossa relação é muito física e fartamo-nos de nos apalpar um ao outro – o que nos acaba por suscitar bastante prazer.

 

Mais uma dica: reproduzam a entrevista de trás para a frente, dupliquem-lhe a velocidade e preparem-se para receber uma mensagem diabólica vinda dos quintos dos Infernos.

 

P.S. Dito isto, esta é, sem sombra de dúvida, a melhor entrevista no âmbito do Trail que já vi com estes olhos que a terra há-de comer. Deixem-se de merdas e merdinhas, de dicas e segredinhos, de truques e mesinhas – e sigam os conselhos indicados pelo Jérôme. Basta isso.

Adultério no Trail Nacional

por Pedro Caprichoso, em 04.09.15

Como é do conhecimento púbico (sic), Jérôme Rodrigues e Ricardo Silva anunciaram o fim da sua relação na passada quarta-feira. Em conferência de imprensa, a dupla vencedora do PGTA (Peneda Gerês Trail Adventure) evocou divergências irreconciliáveis como causa do rompimento. “Continuaremos a ser colegas de equipa no Viana-Trail, mas o nosso rompimento enquanto dupla é irrevogável”, afirmaram os atletas barcelenses de lágrima ao canto do olho.

 

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No entanto, segundo apurou o TopMáquina, na base do rompimento estará o atleta Pedro Caprichoso. Rodrigues e Caprichoso conheciam-se de vista, mas a “faísca” entre os dois só se deu a partir do momento em que o segundo foi anunciado como reforço da equipa vianense para a próxima época. Começaram a treinar juntos, no monte, à hora do bagacinho, e foi amor à primeira passada. Isto é, o Jérôme trocou o Ricardo pelo Pedro. Numa palavra: adultério. Ambos namoram gajas boas como o milho, mas há quem diga que isso é só para manter as aparências.

 

Fontes anónimas referem que ambos partilham inúmeros interesses, tais como a abordagem minimalista ao Trail e o gosto por acompanhar as últimas tendências da moda, como se pode verificar pela imagem abaixo publicada. O Presidente do VT vai mais longe, ao ponto de afirmar que “os dois são almas gémeas”. Em 2016 teremos, portanto, uma nova dupla no Peneda Gerês Trail Adventure. Ei-la:

 

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Da Estrada para os Trilhos

por Pedro Caprichoso, em 02.09.15

Escangalho-me a rir com as desculpas que alguns atletas de estrada inventam depois de experimentarem uma prova de Trail. É de ir às lágrimas. Participam numa prova de dificuldade baixa e juram para nunca mais, dando a entender que o Trail é coisa para maluquinhos que caminham nas subidas e arriscam a vida nas descidas.

 

Não está aqui em causa uma hipotética guerra “estrada vs trilhos”, pois tal coisa não existe. Sinto que, em termos gerais, há muito respeito entre o pessoal da estrada e o pessoal dos trilhos. O imbróglio é outro: as desculpas. As putas das desculpas. Parem com as desculpas. É feio. Fica-vos mal.

 

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Em boa verdade, estou-me nas tintas para vocês. Quero lá saber se vos fica bem ou mal. As vossas desculpas desvalorizam o Trail – e isso é que me preocupa. As desculpas usadas são, basicamente, de dois tipos: (1) O Trail é muito perigoso; (2) No Trail não se corre – e do que eu gosto, mesmo, é de correr.

 

Meu amigo asfaltado, a verdade verdadinha é esta:

 

  • O Trail é perigoso? Mas tu pensavas o quê? Que o Trail era feito em estradões e nos Passadiços do Paiva? Tenho uma novidade para ti: a beleza do Trail é que o Trail não é só força. É força; é gestão do esforço; é gestão da alimentação; e é técnica. Queres melhorar a tua técnica? Tens um bom remédio: treina!

 

  • No Trail não se corre? Ai corre corre. Aconselho-te a assistir ao GTSA do topo da Senhora do Minho e garanto-te que verás muito boa gente a trepar o Cerquido em passo de corrida. Lamento informar-te: se não consegues correr, é porque não tens pernas.

 

P.S. Para quem acha que eu só desanco no pessoal da estrada, ide aqui.

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