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TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

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A selecção da Selecção

por Pedro Caprichoso, em 07.12.16

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Notas prévias:


1.

Não sou fã de Selecções, nem no futebol nem no trail. O nacionalismo territorial diz-me pouco. Nunca comprei a ideia do dever de lealdade para com o meu país de nascimento pelo simples facto de nele ter nascido. Da mesma forma, não sinto o dever de apoiar um atleta só porque é meu compatriota. Para mim há coisas mais importantes, como a amizade. Fui ao Gerês apoiar os atletas da Selecção Nacional, não porque são Portugueses, mas porque alguns deles são meus amigos. Se tivesse amigos italianos, apoiá-los-ia de igual forma.

 

2.

Apoio a actual direcção da ATRP por uma questão de princípio. O princípio é este: os tipos que (ao contrário de mim) se chegam à frente e arregaçam as mangas (no sentido de tentar contribuir para a evolução do Trail Nacional) merecem o meu respeito e apoio. Têm o meu apoio até se provar que as suas medidas são efectivamente erradas, sendo ainda muito cedo para fazer tal avaliação.

 

XXX


Dito isto, apoiar alguém não significa estar sempre de acordo com ela. Acontece que neste caso discordo. Não me parece, definitivamente, que a medida de apurar (para futuros Campeonatos do Mundo) os 3 atletas melhor classificados (M/F) na edição imediatamente anterior seja o mais acertado, nomeadamente quando a única vantagem apresentada é a de "dar continuidade ao trabalho efectuado".

Com continuidade ou sem ela, parece-me que o mais importante é contar com os melhores atletas tendo em conta as características do percurso no qual se disputa o Campeonato do Mundo—e supor que 3 dos melhores são automaticamente os 3 primeiros do Campeonato do Mundo anterior não me parece ser lá muito coerente. Depende: podem ser como não ser, tendo nomeadamente em conta o crescente grau de competitividade do Trail Nacional.

Ter 3 atletas (M/F) que transitam de um ano para o outro pode ter efeitos benéficos ao nível do espírito de equipa: as pessoas já se conhecem e isso pode favorecer a união do grupo. No entanto, não vamos fingir que vivemos num mundo perfeito em que os interesses do colectivo se sobrepõem sempre aos interesses individuais. Tendo em conta esta medida, quem nos diz que alguns não vão dar prioridade ao Top3 nacional (com vista a participar no próximo Campeonato do Mundo) em detrimento de lutar por um boa classificação colectiva? Claro que os resultados colectivos estão dependentes dos resultados individuais. No entanto, dependendo das circunstâncias em que se desenrola uma corrida, todos sabemos que não é o mesmo correr com o objecto de dar tudo para ficar no top3 nacional (correndo o risco de estourar e eventualmente desistir) ou fazer uma prova com cabeça no sentido de ajudar a equipa. Imaginem o tipo que a meio da prova é o 4.º português. O que fará ele na segunda metade? Dará tudo para chegar ao 3.º (correndo o risco de estourar) ou continua a fazer uma prova inteligente no sentido de garantir que se encontra numa boa posição para compensar a eventual quebra de um dos seus colegas da frente? Já para não falar de que isto de andar a mudar os critérios não é justo para os atletas que definem a sua época com o objectivo último de representar Portugal. Ponham-se no lugar deles: se há mais espaço na Selecção, por que não ir buscar mais atletas segundo os critérios existentes em vez que inventar critérios novos?

Quanto ao mais, parece-me bem apurar os vencedores dos Campeonatos Nacionais (de forma a premiar a sua consistência) e os vencedores da Taça de Portugal [que funciona como prova qualificativa para aqueles que não têm tantas possibilidades (ex: pessoal das ilhas) de fazer um Campeonato inteiro]. No entanto, já não acho que faça sentido incluir mais provas qualificativas ao longo do ano. Uma chega. Mais valia “estender a mão” àqueles que não se revêm nos Campeonatos Nacionais (i.e. Nuno Silva) e que hoje competem mais no estrangeiro do que em Portugal. Não percebo por que razão é que as provas disputadas no estrangeiro não podem servir para efeitos de convocação para a Selecção. Nesse sentido, poder-se-ia igualmente apurar 1 atleta (M/F) tendo em conta a média da sua pontuação ITRA (ex: dos últimos 16 meses) referente à categoria (Ultra ou Endurance) do percurso do Campeonato do Mundo.

Posto isto, se eu mandasse, tendo em conta que serão convocados 14 atletas, seleccionaria o top3 (M/F) do Campeonato Nacional e o top3 (M/F) da Taça de Portugal referente à categoria (Ultra ou Endurance) do percurso do Campeonato do Mundo, mais o melhor atleta (M/F) da categoria em causa segundo a pontuação ITRA.

 

Ainda bem que não mando.

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