Entrevista da ATRP ao TopMáquina
Temos o prazer de publicar em baixo a entrevista da ATRP ao TopMáquina no âmbito da nossa participação nos Campeonatos do Mundo de Trail:
Há quanto tempo corres?
Desde sempre. Mal saí dos testículos do meu pai, foi uma correria desgraçada até ao óvulo da minha mãe. Foi a primeira e única corrida que ganhei até hoje.
O que te atraiu no Trail Running?
Não sei o que é isso. Não falo Inglês. Do que eu gosto mesmo é de correr no monte. Gosto de correr no monte por duas razões: (1) porque gosto de correr; e (2) porque gosto do monte.
Como é a tua época e o teu plano de treinos?
A minha época é dividida em 3 ciclos: o ciclo hidrológico (porque é a hidratação é muito importante), o ciclo da vida (porque é fundamental estar vivo para treinar) e o ciclo menstrual (porque a minha disponibilidade para treinar está subordinada às hormonas da minha senhora). Quanto ao meu plano de treinos, este é baseado no meu Mapa Astral. Por exemplo: quando Júpiter está com ascendente em Saturno, faço séries; quando Marte está na Casa 7, faço treinos longos; quando Plutão está com ascendente em Tesão, baldo-me aos treinos e faço amor apaixonado com a minha senhora.
Segues uma dieta específica? Tomas suplementação?
Sim e sim. Especificamente, como tudo o que me meterem à frente. Quanto à suplementação, como-a se não tiver espinhas. Tenho medo de me engasgar.
Fazes cross-training?
Sim. Para além de fazer amor apaixonado com a minha senhora, treino sempre com uma “cross” ao pescoço. Sou uma pessoa muito religiosa e nunca saio de casa sem o cruxifixo de nosso Senhor Jesus Cristo.
Qual o tipo de provas de que mais gostas?
Provas de vinho, queijo, presunto e roupa interior comestível.
Qual te marcou mais?
Sem qualquer dúvida, a Maratona de Provas de Roupa-Interior-Comestível – Ermesinde 2012. Foram 14 horas seguidas a servir de modelo de roupa interior comestível. Marcou-me porque fiquei com as nalgas todas marcadas pelos dentes dos provadores.
Fazes mais provas em Portugal ou no Estrangeiro?
No estrangeiro. Nomeadamente na Madeira e nos Açores.
Quais os teus próximos objectivos desportivos?
Tenho 2 objectivos a curto prazo: o primeiro é bater o meu recorde pessoal na Légua Nudista com a tenda armada; o segundo é participar na “Colour Run” com uma caçadeira de canos cerrados e limpar o sebo a todos os anormais que me atirarem farinha à cara.
Como encaras a tua participação nos Campeonatos do Mundo de Trail?
Com uma perna às costas.
O que é para ti a ATRP?
Uma sigla.
Que benefícios retiras de pertencer à Associação?
Para mim, são três os principais benefícios que retiro por pertencer à ATRP: não pagar impostos, andar de graça nos transportes públicos e estacionar nos lugares destinados aos deficientes. Dá-me muito jeito.
O que pensas deveria ser melhorado no Trail em Portugal?
Não percebo a pergunta. Penso que está mal formulada. Falta um “que” algures.
Qual pensas que deveria ser o papel da ATRP?
Penso que a ATRP não se deveria limitar a um só papel. Antevejo pelo menos 3 papeis para a ATRP: o papel de vilão, o papel de parede e o papel autocolante. Todos menos o papel comercial, pois estamos a ver as chatices que isso deu no BES.
Qual a tua opinião acerca dos Circuitos Nacionais?
A minha opinião sobre os Circuitos Nacionais é, em geral, positiva. Só acho mal que sejam disputados em circuito e em território nacional. Seria muito melhor se fossem disputados no estrangeiro em curto-circuito. De preferência em cenários de guerra. Ultra-Trail da Crimeia – o que vos parece?
Tens alguma sugestão de melhoria?
Sim. A minha sugestão passa por harmonizar o valor das inscrições das provas. As Organizações estabelecem actualmente o valor que bem entendem – e isso tem de acabar. A harmonização seria conseguida através da indexação do valor das inscrições ao preço da gasolina sem chumbo 98 de acordo com a seguinte fórmula matemática: [km da prova] X [preço da gasolina]. Exemplo: Valor da inscrição no UTSM = 100 X 1,578 = 157,8€.
Como encaras a integração do Trail enquanto modalidade do Atletismo?
Mal. Pois acho que o Trail tem mais em comum com o Curling do que com o Atletismo. Senão vejamos: no Trail temos atletas vassouras e no Curling usam-se vassouras. A meu ver, faria por isso mais sentido integrar o Trail enquanto modalidade do Curling.
Como vês o desenvolvimento do Trail a nível Nacional?
Com maus olhos.
Como vês o desenvolvimento do Trail a nível Internacional?
Com 3 graus de miopia.
Conheces o trabalho da ITRA? O que pensas desse trabalho?
Sim. Penso que o ITRA – Instituto de Turismo Rural do Alandroal – tem efectuado um excelente trabalho de promoção além-fronteiras da cultura, gastronomia e recursos naturais dessa bela localidade alentejana.