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A Massificação do Trail

por Pedro Caprichoso, em 22.09.15

Sinto-me feliz, contente e alegre com o crescimento exponencial do Trail Nacional. No entanto, nem tudo são rosas. Assim de repente, identifico 3 problemas associados à sua massificação:

 

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1. Chico-espertismo

 

Aproveitando o facto de o Trail estar na moda, o que não faltam por aí são chico-espertos procurando lucrar à conta do Zé—Povinho Atleta. Das 2 toneladas de provas que se realizam semanalmente em Portugal, é inevitável aparecerem provas sem qualidade. Este, porém, é o menor dos nossos problemas. A selecção natural encarregar-se-á de eliminar essas provas. É tudo uma questão de tempo.

 

2. Ganhar sem evoluir

 

A meu ver, a massificação do Trail tem prejudicado a evolução dos atletas. Há bons atletas que preferem ganhar a evoluir, escolhendo provas com menos concorrência em detrimento de provas mais concorridas. A massificação promove o aproveitamento de atletas medianos que “fogem” às provas com mais renome – onde sabem que terão mais concorrência – para alcançarem pódios nas provas mais pequenas. E o problema está justamente aqui, pois para evoluir é necessário competir com atletas melhores do que nós. O Trail precisa que os melhores atletas não se evitem – e compitam nas mesmas provas de maneira a evoluírem. A evolução advém da competição. Quem faz apenas provas pequenas não está interessado em evoluir; está apenas interessado nos aplausos.

 

3. Banalização dos campeões

 

Banalizou-se a palavra campeão. É-se campeão por tudo e por nada. Hoje, com as redes sociais, qualquer um é campeão. Pode não correr nada, mas basta fazer pódio no Trail de Curral de Moinas e publicar as fotos da prova no facebook para automaticamente receber o título de «campeão». A ignorância desportiva do Zé-Povinho faz com que seja difícil olhar para as características de uma prova (km e D+) e avaliar se o tempo do vencedor é digno de um campeão. Na estrada é fácil, pois as provas são geralmente planas – e ninguém fica impressionado, por exemplo, com um pódio numa Meia-Maratona se esta for corrida acima de 1h15. Já no Trail é complicado fazer essa avaliação, pelo que poucos olham para o tempo final dos vencedores – e estes são automaticamente encarados como “Campeões”, quando na verdade não passam de atletas mediados.

 

Neste momento, no activo, sem dizer nomes, são estes os verdadeiros campeões do Trail Nacional: para além dos incontornáveis Carlos Sá e Armando Teixeira, temos o André Rodrigues, o Nuno Silva, o Ricardo Silva, o Hélder Ferreira, o Luís Duarte e o Luís Fernandes. Numa prova com todos os melhores atletas nacionais, o vencedor sairia deste grupo. Qualquer um deles poderia ganhar aos outros dependendo das características da prova em causa. Pelo seu historial, temos obrigatoriamente de também aqui incluir o Leonardo Diogo e o Luís Mota. Mas é isto. São dez. No máximo. Os dedos de duas mãos. Temos depois bons atletas, atletas mediados e atletas fraquinhos.

 

Só vos peço uma coisa: tenham mais cuidado da próxima vez que usarem a palavra "campeão".

2 comentários

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    De Pedro Caprichoso a 23.09.2015 às 16:53

    Quando falo de provas "pequenas" não estou a falar em termos de distância, como é evidente. Falo, independentemente da distância, de provas menos importantes e com menos concorrência, onde os atletas sabem que terão menos concorrência. Isto acontece, em traços gerais, com as provas que fazem parte do Circuito Nacional Vs provas que não fazem parte desse Circuito.

    Exemplo de prova grande: GTSA. No GTSA estarão presentes os melhores atletas nacionais, enquanto que noutras provas isso não acontece. Por outras palavras, se um atleta foge às provas mais "importantes" para fazer provas menos "importantes", o que é que isso quer dizer? Quer dizer que privilegia os resultados (pois é mais provável fazer um bom lugar correndo com atletas mais "fracos") do que evoluir (correndo com atletas mais "fortes")
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