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Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

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Prémios Monetários no Trail Running

por Pedro Caprichoso, em 21.12.15

Sou a favor da introdução de prémios monetários no Trail. A minha linha de argumentação é muito simples: se se anda a fazer dinheiro com o Trail, parte desse dinheiro tem de reverter para os atletas – e uma das formas de fazê-lo é através dos prémios monetários.

 

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Se vos perguntar qual é o elemento mais importante da Indústria do Trail, nove em cada dez dirão que são os Atletas. Se assim é, por que carga de água é que o elemento mais importante é o único que não vê a cor do dinheiro? As organizações fazem dinheiro, as empresas de cronometragem fazem dinheiro, as lojas de material desportivo fazem dinheiro, as lojas de suplementação fazem dinheiro, a comunicação social faz dinheiro, o comércio local faz dinheiro, os ginásios fazem dinheiro, etc. Só o Zé-Povinho—Atleta é que não faz dinheiro. Sim, todos os apoios são bem-vindos e já vão aparecendo alguns para os melhores atletas da nossa praça. No entanto, mesmo para os melhores atletas, os apoios ainda são insipientes. Limitam-se a material desportivo, fisioterapia e suplementação. Dinheiro, bagulho, massa, guita, pastel, grana, carcanhol… isso nem vê-lo.

 

Muitos recusam a introdução do dinheiro no Trail com o argumento de que exterminará o espírito do Trail. Desde logo, não faço ideia o que seja o espírito do Trail. Deve ser uma mistura do espírito do Natal com a mística desportiva. O que eu sei é que há pessoas boas e más neste mundo – e que a esmagadora maioria das pessoas que tenho conhecido no Trail são boas. Quanto ao mais, se o dinheiro fizer com que certas pessoas se comecem a comportar de maneira diferente, isso quererá apenas dizer que eu estava enganado em relação a elas.

 

Esta não é a única medida nem sequer a mais importante, mas só o campeão olímpico da ingenuidade acredita que o dinheiro não é um factor motivador para os atletas. Como se os atletas vivessem do ar e não precisassem do dinheiro (como complemento ao seu salário) para pagar a creche da Tânia Vanessa e as fraldas do Jorge Nuno. Não se esqueçam de que estamos a falar de uma modalidade completamente amadora.

 

O aumento exponencial do número de participantes e a história de que as provas só servem para nos divertirmos – ideia com a qual discordo por completo – é o que tem alimentado esta situação. Estou careca de dizê-lo e vou repeti-lo até ao meu último pintelho capilar: as provas são para competir. Ver mais sobre este fascinante tema aqui.

 

Aquilo que eu crítico em muitas organizações, com o crescimento exponencial da modalidade, é que o enfoque passou da competição para a massificação. O enfoque passou de tentar fazer a melhor prova a nível competitivo para tentar fazer a melhor prova no sentido de garantir o maior número de participantes. Muitas organizações têm recursos para atribuir prémios monetários, mas não o fazem. Por quê? Porque não precisam. Estamos no auge da popularidade da corrida e o critério que hoje mais conta é a quantidade e não a qualidade. É tão simples quanto isso.

 

Seja como for, em última análise, o que verdadeiramente conta é a lei do mercado. Quando a moda passar (porque vai passar), quando começarem a surgir provas anuladas por falta de participantes (porque vão começar a surgir) e quando os melhores atletas começarem a competir mais em Espanha do que em Portugal, nessa altura podem ter a certeza de que os prémios monetários aparecerão. Quero é ver com que legitimidade iremos no futuro imediato encarar os Campeonatos Nacionais de Trail, quando os nossos melhores atletas optarem por fazer provas em Espanha em detrimento das provas que integram os Campeonatos. Em boa verdade, se pensarmos bem, já há alguns que preferem competir no país vizinho, onde têm obtido resultados de relevo. Agora imaginem que todos começam a fazê-lo de forma regular. Ainda vamos ver o Pedro Caprichoso sagrar-se Campeão Nacional e depois é o descrédito total.

 

Prémios.jpg

[Prémios Monetários do Ehmumilak] 

 

Posto isto, a minha sugestão passa pela ATRP obrigar as organizações a introduzirem prémios monetários nas provas que fazem parte dos Campeonatos Nacionais. Deveria ser um requisito obrigatório. Não tenho noção dos valores. Inicialmente, pode ser muito ou pouco. Não interessa. O que interessa é que se comece a criar o princípio de que também tem de chover para o lado dos atletas. "Quem não chora não mama" é uma verdade universal. Daí este texto em forma de choradeira.

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