Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

Rescaldo UTPCN 2016

por Pedro Caprichoso, em 28.07.16

Por duas ocasiões, em 17 anos de corridas, senti-me como um atleta a sério. A primeira foi há coisa de 2 anos. Estava a cuscar a página de facebook do Kilian quando, num desvario tresloucado, passou-me pela cabeça fazer uma página de atleta. Foram os 10 segundos mais bonitos da minha carreira desportiva. Graças a Deus-Nosso-Senhor-Jesus Cristo que tal não passou de uma quebra de tensão—e descartei a ideia assim que recuperei os sentidos. Nesse dia tinha-me cortado a depilar a tomateira. Deve ter sido por isso. Não gosto de ver sangue e alucinei.

 

2016-07-22 18.24.41.jpg

 

A segunda foi na passada sexta-feira. Ter boleia da organização de uma prova não é para qualquer um. A comitiva da EDV-Viana Trail aterrou no Funchal, com vista a disputar o UTPCN—Ultra Trail Porto da Cruz Natura, e tínhamos a Olívia Sousa à nossa espera. Não merecíamos tão ilustre motorista. Senti-me a melhor importação da Madeira. Sim, a frase anterior é uma referência ao anúncio protagonizado pela progenitora do Cristiano Ronaldo. Esqueci-me de referir que na limusine também seguia o Presidente do Conselho de Administração da ATRP. É para vocês verem quão simpáticos são os Madeirenses. Até ao Rui Pinho deram boleia. Não era eu que dava boleia àquele fala-barato. Que fosse de táxi. É para isso que serve a cota de associado.

 

13690921_1037587226309428_942985486408408452_o (1)

 

“Onde é que se bebe a melhor poncha da Madeira?”, perguntou o Pedro Rodrigues mal entrou na limusine. “Primeiro temos de caçar o nosso Jantar. Primeiro o Jantar, depois a Poncha”, retorquiu a Olívia. Depois de estabelecido quem mandava, levantámos os dorsais numa bomba de gasolina, fizemos o check-in no Hotel de 7 estrelas do Cristiano Ronaldo e rumámos a todo o gás com destino ao Pico Areeiro. Daí partimos a pé em direcção ao Pico Ruivo na companhia dos moços do Madeira Trail Tours, onde encetámos a tão aguardada caça à perdiz.

 

13641075_1037587116309439_556400441188536494_o.jpg

 

O dia estava perfeito nos picos: céu limpo; um mar de nuvens de algodão, virado ao oceano atlântico, do nosso lado direito; e o Curral das Freiras, lá ao fundo, do nosso lado esquerdo. Como diz o Vitor de Sousa: “Os Alpes são bonitos, mas a Madeira é mais barata.” O meu colega de equipa Hugo Sousa acusou vertigens, mas ainda assim conseguiu apanhar uma perdiz. Senti-me mal ao vê-lo caçar uma cria. As crias de perdiz são pequeninas, não têm muito que comer e ele ia passar fome. Tive pena dele. Coitado. Muito ou pouco, certo é que a macarronada de perdiz estava divinal. «De trás da orelha», como se diz no Continente.

 

wood_hammer_by_whmseik-d6b8974.png

 

Para além de duas perdizes gordas como cachalotes, o Pedro Rodrigues também apanhou um Pokémon no Pico Ruivo. É raro, chama-se Empenatchu, bebe 2 litros de poncha por dia e usa uma marreta como arma. Os participantes do MIUT sabem de quem eu estou a falar.

 

13723832_1327430990618159_2802921931348754243_o.jp

 

Domingo. 06h00. Tiro de partida e primeira fuga do dia. Um velhote belga tentou isolar-se ao quilómetro zero, mas foi coisa de pouca dura. A EDV-Viana Trail organizou-se no pelotão e anulou rapidamente a fuga ao fim de 200 metros. Isto só comprova a minha teoria de que há 2 tipos de pessoas a evitar nas partidas: (1) os velhos que ainda pensam que são novos e (2) os atletas de ginásio artilhados com tecnologia-de-ponta dos dedos dos pés à ponta dos cabelos. Estas duas espécies de gente fazem de tudo para partir à frente dos outros. Será que acreditam, mesmo, que são os 10 segundos que ganham no arranque que fazem a diferença numa prova de 100k? Deve ser só mesmo para aparecerem na fotografia. É pena, pois os que partem à frente são justamente os mais feios—e as fotografias ficam estragadas.

 

254_Madeira.jpg

 [Penha D’Águia]

 

Anulada a fuga, levámos logo com uma parede nas trombas para abrir o apetite. Já levaram uma chapada de um jogador da NBA? Não? Eu também não, mas desconfio que a sensação é parecida. O topo da “Penha D’Águia” foi alcançado aos 4k e 580m de altitude. Dada a dureza da primeira subida, seguiram-se os 1.600D+ da subida ao “Poiso” para relaxar. Coisa pouca. Mais longa do que dura, o ponto mais alto do percurso (com 1.400m de altitude) foi alcançado de forma gradual, com uma boa gestão do esforço e uma perna às costas (ver duas fotos abaixo). “Se o ponto mais alto tem 1.400m, como é que a subida tem 1.600mD+?”, pensa o leitor armado em esperto. Vocês são mesmo burros, não são? Tem 1.600mD+ porque a subida iniciou-se abaixo do nível do mar. É só fazer as contas: 1.400 - 1.600 = -200m. Percebem agora? Burros.

 

POSTER 120x170-01.png

 [Lombinho]

 

Ultrapassado o aquecimento providenciado pela “Penha D’Águia” e pelo “Poiso”, o verdadeiro divertimento começou aos 35k com a subida do “Lombinho”. Uma vez que foi ele quem sugeriu o “Lombinho” à Organização, sinto que ao subi-lo fiquei a conhecer melhor o Luís Fernandes. Tenho agora a certeza de que o Luís é sádico. Lamento, mas 600mD+ em 1,8km é coisa de sádico. É. Não há outro adjectivo para descrever o desejo de ver os outros a sofrer. Querem provas? Pois bem: reparem no sorriso dele no cartaz acima publicado. Ele está a subir o “Lombinho” e aquilo não é sorriso de quem está feliz por alcançar o seu topo. Aquilo é sorriso de quem está a imaginar o sofrimento dos que aí iriam levar com a marreta no dia da prova.

 

Untitled.jpg

 

Não tenham pena do Tiago. O tipo não é perneta. Toca corneta mas não é perneta. Bem pelo contrário. O nosso «Todo-o-Terreno» achou a prova de tal forma fácil que fê-la com uma perna às costas. Pegou numa guita, atou a perna esquerda à mochila e fez 4.º lugar à geral. Conhecem a expressão fiz não-sei-o-quê “com uma perna às costas”? Pois bem, este é um desses casos. Nem quero imaginar o resultado que ele teria alcançado se tivesse corrido com as duas pernas às costas.

 

Capture3.JPG

 

Capture2.JPG

 

Detesto puxar a brasa à minha alheira, mas o facto é que a EDV-Viana Trail foi a grande dominadora do UTPCN. Sem espinhas. Com 4 atletas no top10 e 6 no top15, vencemos colectivamente e demos um passo de gigante com vista à revalidação do título de Campeões Nacionais de Trail Ultra. A nível individual, o destaque vai para os dois primeiros da classificação geral. Ricardo Silva fez primeiro e Pedro Rodrigues fez segundo, ambos posteriormente entrevistados na meta pela RTP Madeira. O «Robocop» confessou que tinha comprado uma garrafa de poncha na véspera da prova e, por lapso, troco-a pelo seu isotónico habitual. A poncha e o isotónico são da mesma cor, daí a confusão. O «Troncos» havia assado as partes baixas durante o MIUT e mostrou-se felicíssimo com os seus novos calções.

 

Capture.JPG

 

Fui ao pódio em representação do meu colega de equipa Victor Correia (1.º M45) e estava à espera que me dissessem que era novo demais para M45. “Tens uma pele muito macia e um rabinho jeitoso demais para M45”, diriam eles. Mas ninguém disse nada. Estarei assim tão acabado? É que ainda são 10 anos de diferença. Tenho 35 e, para o Ministério da Agricultura, 35 anos ainda é jovem. É-se Jovem Agricultor até aos 40. Seja como for, certo é que o Victor e o Tiago (3.º SM) tinham voo de regresso ao Continente à hora da entrega de prémios. No entanto, isso não os impediu de estarem presentes. É para estas coisas que serve o Photoshop.

 

Capture4.JPG

 

Por fim, é com tristeza que noticiamos mais um caso de violência doméstica no Trail Nacional. Cristina Couceiro venceu destacada o UTPCN e o seu marido, José Feteira, deu-lhe um banano por ela ter tido o desplante de ficar à frente dele. Que se passa com vocês? Quem vos viu e quem vos vê. Antes só beijinhos e agora só bananos. Em baixo, como prova do crime, vemos a Cristina a meter gelo na vista esquerda.

 

2016-07-24 15.16.47.jpg

 

Querem saber mais? Vejam a reportagem:

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Arquivo

  1. 2021
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2020
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2019
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2018
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2017
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2016
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2015
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2014
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D