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TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

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Trail a Sério VS Trail a Brincar

por Pedro Caprichoso, em 12.12.16

Trilhos-Abutres-2015_8.jpg

 

Vamos deixar-nos de merdas e dizer aquilo que todos pensamos mas não dizemos. Somos politicamente muito correctos em relação às várias variantes do Trail, dando a entender que todas têm o mesmo valor. A verdade é que todos sabemos que não têm. O Trail Curto (com pouco desnível e baixo grau de dificuldade técnica) não tem o mesmo valor do Trail Ultra e Trail Endurance (com muito desnível e elevado grau de dificuldade técnica). Todos sabemos o que é Trail a Sério. Trail a Sério é o Trail que menos semelhanças tem com o Atletismo de Estrada. Trail a Sério são os Abutres, o UTAX, a Freita, o MIUT, etc. Todos sabemo-lo tacitamente, mas ninguém tem colhões para dizê-lo. Por alguma razão é que as provas mencionadas são as mais conceituadas e apetecíveis do panorama nacional. Por que será que as inscrições destas provas esgotam num piscar de olhos? É simples: porque reconhecemos-lhes mais valor. Por alguma razão é que os melhores atletas nacionais optam por competir nos Campeonatos Nacionais de Trail Ultra e Trail Ultra Endurance. Por alguma razão é que o Campeonato do Mundo de Trail é disputado nas distâncias entre o Trail Ultra e o Trail Endurance.

 

O maior interesse dos atletas pelo Trail Ultra e Trail Endurance (com muito desnível e elevado grau de dificuldade técnica) não tem apenas a ver com o maior desafio fornecido por estas provas. Tem também (e sobretudo) a ver com o facto destas provas se demarcarem claramente do Atletismo de Estrada. O valor do Trail está nas diferenças que este apresenta em relação à Estrada. Pondo as coisas de outra forma: que valor tem um Trail se se assemelhar a uma prova de estrada disputada em estradões? Nenhum, direi eu. O valor do Trail está nas variáveis impostas pelo percurso (gestão da alimentação, técnica de descida, técnica de subida com e sem bastões, gestão do esforço, etc.) que o demarcam do Atletismo de Estrada. E quantas mais variáveis, melhor. Haver provas de Trail mais parecidas com provas de Estrada (do que com outras provas de Trail) traça claramente a linha de separa o Trail a Sério do Trail a Brincar. O Trail a Brincar também tem o seu lugar? Claro que sim. Mas não vejo que outra utilidade ele terá para além de funcionar como meio de introdução à modalidade.

 

Para alcançar bons resultados no Trail a Sério é preciso mais do que ter boas bases na estrada, o que valoriza o Trail enquanto modalidade. Na perspectiva do Trail a Brincar, o problema não está no facto de atletas de Estrada virem para o Trail na espectativa de alcançarem bons resultados graças ao (ainda) menor grau de competitividade do Trail em relação à Estrada. Isso é salutar: aumenta a competitividade, força os atletas a evoluir e o nível do Trail Nacional cresce por arrasto. O problema é estes atletas chegarem ao Trail a Brincar e começarem logo a vencer. Tal facilidade passa a ideia de que o Trail enquanto modalidade não é assim tão diferente do Atletismo de Estrada—o que é verdade no caso do Trail a Brincar—sendo que isso é a pior coisa que se pode dizer sobre o Trail para efeitos de promoção da modalidade. O melhor elogio que se pode fazer ao Trail é, justamente, pelo contrário, que é muito diferente da estrada. Por outras palavras, o sucesso do Trail está no seu afastamento—e não na sua aproximação—ao Atletismo de Estrada. Se estivesse à frente da ATRP, a primeira medida que tomaria seria criar essa distinção, inventando uma nomenclatura que separasse o Trail a Sério do Trail a Brincar. Aceitam-se sugestões.

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