Tenho o prazer de vos anunciar que fui ao Shark Tank. O programa só será emitido daqui a duas semanas, mas já vos posso dar um cheirinho. A palavra-chave é “cheirinho”. Abram por isso essas narinas e cheirem a ideia brilhante que eu tenho para vos apresentar.
A minha ideia é inspirada na Color Run. A Color Run é um espectáculo visual. A Smell Run é muito mais do que isso: não só estimula a visão, como o paladar e o olfacto. A Smell Run arranca com uma mega-feijoada. Para além de um prato cheio de feijões, os participantes terão de mamar 2 litros de Coca-Cola e tomar um comprimido especial. Desenvolvido pela mesma farmacêutica que criou o Empenex, este comprimido tem um composto activo que dá cor aos gases expelidos pelo corpo humano, nomeadamente arrotos e traques. A Coca-Cola será responsável pelos arrotos e a feijoada o catalisador da flatulência.
Depois da feijoada, é dado o tiro de partida dos 5km mais perfumados do mundo. A corrida será realizada num recinto fechado de maneira a aumentar a experiência olfactiva da “Smell Run”. O nosso slogan é: The Smell Run – It will put a smile on your face:
Mesmo coxo, Paulo Fonseca marcou presença na apresentação da Taça Ibérica de Trail. Um dos obreiros da Taça Ibérica partiu o pé no MIUT e, no Sábado, veio a público revelar as circunstâncias que estiveram na origem do acidente.
Os primeiros rumores indicavam que o Paulo seguia na peugada do seu colega de equipa Jorge Rocha no momento do sinistro. Comentou-se nas redes sociais que o Rocha tinha caído numa zona de transição e que o Paulo, ao se inteirar do seu estado, tirou momentaneamente os olhos do trilho e também foi ao chão. Hoje sabemos que isso é mentira. Tudo não passou de uma história inventada para encobrir a verdade.
A verdade é esta: o Paulo trocou o Isostar pela Poncha e espetou-se num buraco, de onde foi retirado com uma carraspana de caixão à cova. Não sei qual é a vergonha. A confusão é compreensível, já que os líquidos são da mesma cor: amarela. Pode acontecer a qualquer um.
P.S. Não deixa de ser irónico que o Paulo tenha feito a prova de muletas e continue de muletas.
Sábado passado foi totalmente dedicado à Taça Ibérica de Trail. De manhã, um treino a ritmo confortável. De tarde, a apresentação da prova.
Um pelotão de 11 atletas efectuou os 20km correspondentes à prova intermédia da Taça Ibérica, com destaque para o CEO do Viana Trail e um destemido Pato-Bravo – termo carinhosamente atribuído aos estreantes no Trail – que se infiltrou no nosso grupo à última hora. Embora carregando uma mochila de campismo, o Sô Presidente exibiu-se a alto nível: nas descidas comandava a tropa; nas subidas incentivava os mais lentos por meio insultos, espicaçando-os. Quanto ao Pato-Bravo, este saiu-se melhor do que a encomenda. Surpreendeu-nos logo pela positiva ao levar sapatillhas de estrada para o monte. O objectivo era óbvio: treinar as quedas. Assisti a duas com excelente nota artística. Chegou dorido, mas chegou ao fim. Inteiro. Acho que apanhou o “bichinho”. Refiro-me ao bichinho do Pinheiro, já que uma das quedas resultou num encontro imediato com um Pinheiro.
A apresentação da Taça Ibérica à comunicação social minhota teve lugar na bonita biblioteca de Vila Nova de Cerveira. Só lá faltou a Rádio Geice. Ministrada a três vozes, a cerimónia contou com a presença da Vereadora da Câmara Municipal e da dupla de Presidentes da EDV e Viana Trail.
Cumprido o protocolo e devidas formalidades, a apresentação depressa se transformou numa conversa informal entre os apresentadores e o público. Ricardo Silva apresentou o seu parecer técnico: “É uma prova para se fazer com muita cabecinha”, alertou o vencedor dos Trilhos dos Abutres. Rui Seixo sublinhou a potencialidade da região enquanto destino para a prática do Trail. Paulo Fonseca salientou a necessidade de manter os trilhos transitáveis e devidamente sinalizados. Elói Malheiro transportou-nos pelos 3 percursos disponíveis, realçando a singularidade de uma zona que se distingue da Serra d’Arga pese embora a sua proximidade a esta.
Pedro Caprichoso é que não disse grande coisa, limitando-se a dizer que “a prova apresenta descidas brutais em single-track e subidas de mãos nos joelhos e focinho rente ao chão.” Os queixos da simpática Vereadora bateram no chão assim que a palavra “focinho” lhe chegou aos ouvidos. Ficou-se assim a saber que o Padrinho da prova precisa, urgentemente, de aulas de etiqueta.
Como diz o Alcobia, o traçado da Taça Ibérica destaca-se a nível nacional pela sua diversidade. Nele encontrarão o elevador do Paleozóico, as descidas em single-track dos Abutres e as paisagens arrebatadoras com vista para o mar à la Ultra Trail de Sesimbra. Embora nunca se atinjam altitudes muito elevadas, o que distingue esta prova, a meu ver, é a forma como as subidas rasgam a montanha. A procura constante do percurso mais curto entre a base e o topo de um pico remete-nos para as provas de SkyRunning. Não surpreende, por isso, que o percurso dos 20km apresente 1.500m D+ e o dos 50km mais de 3.000m D+. Basta dizer que os primeiros 9km têm quase 1.000m D+. As descidas, no entanto, apresentam inclinações menos acentuadas, porém bastante técnicas. Eis a primeira subida a sério do dia com 400m D+:
A Organização da PT281+ – Ultramarathon diz que se inspirou “na prova estadunidense Badwater e na brasileira BR135+”. Não digo que não. No entanto, tendo em conta os preços de inscrição, quer-me parecer que também se inspiraram no UTMB.
Nas condições de participação aqui enumeradas, falta acrescentar que o atleta deve estar financeiramente preparado. O Novo Banco é que não anda a dormir e acaba de lançar um novo produto financeiro. O “UltraCredit” destina-se ao Trail Runner que não tem dinheiro para mandar correr um coxo – que é o correspondente no Trail à expressão “Não tem dinheiro para mandar cantar um cego”.
WILD CARD
A Organização do PT281+ reserva-se o direito de atribuir Wild Cards. Dizem eles que “essas escolhas baseiam-se no historial competitivo do participante e [sua] conduta moral.” André Rodrigues, já podes tirar o cavalinho da chuva. Parece que não vais ter sorte. O teu historial competitivo é de alto nível, mas a tua conduta moral é que estraga tudo. Acho que terás mais sorte em obter um Wild Card na Color Run.
REEMBOLSO DE TAXAS DE INSCRIÇÃO
A organização adverte que, "a todos os pagamentos efectuados, serão retidos 50€ para despesas administrativas". Ao contrário do que possam pensar, 50€ para despesas administrativas não é muito. Esperem até conhecer a administrativa em causa e logo perceberão o valor dos seus honorários. É que ela é mesmo muito boa.
Os restantes 50% da taxa de inscrição serão devolvidos nos seguintes casos:
“No caso de a corrida ser cancelada no último momento e por motivos de força maior.”
É curioso como as provas são sempre canceladas por motivos de força maior. Nunca por motivos de força menor ou por motivos de força bruta.
“Se um atleta for forçado a retirar-se antes do início da corrida, como resultado de um acidente ou doenças certificadas.”
A Obesidade é uma doença certificada? Pergunto isto porque há uma grande controvérsia no seio da comunidade médica: uns dizem que é doença; outros dizem que é uma questão de um tipo não conseguir fechar a boca. Em que ficamos? Se eu me inscrever no PT281+ e chegar a Agosto gordo que nem um cachalote, será que tenho direito a reembolso?
“Por outros quaisquer motivos desde que encontre alguém que o substitua.”
Este ponto não me assiste. Eu sou insubstituível.
No entanto, com prejuízo dos casos acima enumerados, “a partir de 1 de Agosto não haverá lugar a qualquer tipo de reembolso.” Ou seja: se a corrida for cancelada no dia 2 de Agosto por um motivo de força maior, já foste; se ficares doente de uma doença certificada no dia 2 de Agosto, já foste; se até ao dia 1 de Agosto não arranjares alguém que te substitua, já foste. O PT281+ realizar-se-á nos dias 20 a 23 de Agosto de 2015.
APOIO AO PARTICIPANTE
“O apoio no percurso, pela equipa, é proibido e desclassifica imediatamente o participante. No entanto, todos os atletas podem comprar ou receber alimentos sólidos e líquidos nos locais por onde passam.”
Quer dizer, se um gajo estiver a morrer de sede não pode aceitar uma mini de um popular sob pena de ser desclassificado. No entanto, se comprar a mesma mini numa tasca de beira de estrada já não há qualquer problema. Mas isto cabe na cabeça de alguém?
EQUIPAMENTOS RECOMENDADOS:
A Organização recomenda uma “Muda de Roupa, Protector Solar, Óculos de Sol, Repelente de Insectos e Faca”.
Sim, leram bem: protector solar. Vamos lá ver uma coisa: a PT281+ é-nos vendida como “uma das provas mais extremas a nível mundial” e depois recomenda o uso de protector solar? Mas que merda é esta? Provas extremas são para atletas extremos. Não são para atletas de fim-de-semana que usam protector e evitam as horas de maior calor. Quanto à faca, faz todo o sentido. Aliás, mais do que recomendada, a faca deveria ser equipamento de uso obrigatório. Todos sabemos que o Sócrates se vai evadir, mais tarde ou mais cedo, do estabelecimento prisional de Évora, pelo que é recomendado que os atletas se encontrem armados na eventualidade de darem de caras com o Pseudo-Engenheiro e Ex-Primeiro Ministro da República Portuguesa.
SEGURANÇA / ASSISTÊNCIA MÉDICA
No caso de acidente, a Organização informa que “a protecção civil pode ser chamada a assumir as operações, utilizando, para isso, os meios que considerem adequados, incluindo um helicóptero. Todos os custos decorrentes desse transporte excepcional será cobrado à pessoa que foi resgatada, de acordo com as normas em vigor.”
Mais se informa que o pagamento é efectuado a bordo do helicóptero. Caso a vítima não consiga liquidar o frete, esta será largada do heli em pleno voo.
ALTERAÇÕES NO PERCURSO / CANCELAMENTO DA CORRIDA / INTERPRETAÇÃO DO REGULAMENTO
“A organização reserva-se ao direito de, a qualquer momento e sem aviso prévio, de fazer alterações à rota, à localização das bases de apoio ou nas barreiras horárias. (…) Reserva-se ainda a possibilidade interromper, mudar horários ou suspender a realização da prova na data e local previsto. Nestes casos, não haverá qualquer reembolso a fazer aos concorrentes das verbas já pagas ou aos patrocinadores. (…) A Organização declina toda a responsabilidade em caso de acidente, negligência, roubo, assim como dos objectos e valores de cada participante.”
Tradução para Português: Os atletas estão bem fodidos porque a Organização pode fazer o que bem lhe apetecer.
CLASSIFICAÇÕES
A grande novidade do PT281+ tem a ver com a forma como são determinadas as classificações. A Organização informa que “o vencedor da corrida será o corredor, ou equipa que precisar do menor tempo para alcançar a linha de chegada em Proença-a-Nova.”
Isto é, o primeiro a chegar à meta é o vencedor – isto é revolucionário.
DIREITOS DE IMAGEM
“Os participantes que tiverem alguma restrição quanto ao uso da sua imagem deverão notificar a Organização com antecipação e por escrito. Caso contrário, estarão automaticamente a autorizar o uso em qualquer tempo, sem direito a receber compensação financeira por parte da organização.”
A restrição que eu tenho quanto ao uso da minha imagem é a seguinte: só autorizo o uso da minha imagem se esta se restringir ao perfil direito do meu rosto – que é o lado que mais me favorece. Tenho uma verruga do tamanho de uma bola de golfe na minha bochecha esquerda – e eu processarei o cabrão que me tirar uma fotografia desse lado.
PARTICIPAÇÃO
Embora não existam outros requisitos, após a inscrição ser-vos-á pedido o vosso CV. Será feita uma análise e a organização reserva-se o direito de não vos aceitar. Caprichem no CV, portanto. Eis algumas dicas:
Não sejas cagão
Um C.V. não é mais do que um pequeno esboço do teu historial desportivo. Usa-o para chamar a atenção para os seus pontos fortes, sem entrar em demasiados detalhes.
Enfatiza as tuas conquistas
Faz uso frequente de verbos activos, tais como: conseguir, alcançar, superar, empenar e pinocar.
Trabalhe em ordem inversa
Começa cronologicamente com as tuas conquistas mais recentes e não te esqueças de incluir o nome de todas as provas que já fizeste até hoje, as datas e uma descrição bíblica das mesmas. Inclui toda e qualquer experiência desportiva relevante, incluindo a sexual e a realizada no WC.
Constrói o teu CV à medida de cada prova
As Organizações apercebem-se logo se um CV foi feito tipo “linha de montagem” e despachado aos “caixotes” por correio. Faças-lhes sentir que conheces a prova e que estás verdadeiramente interessado em participar na mesma.
Mente com quantos dentes tens
Mentir no CV é uma excelente opção para quem acabou de levantar o cu do sofá e ainda não tem muita experiência desportiva. Aldrabar em 20 posições a vossa classificação no Circuito Nacional de Trail pode não parecer uma ideia boa, mas é. A ATRP publica as classificações naqueles pdfs com letra miudinha, pelo que a probabilidade de alguém vos apanhar é muito reduzida.
A redacção do TopMáquina recebe todos os dias resmas de cartas, contentores de faxes e paletes de emails. Destes, 40% têm a ver com o facto de eu correr sem meias, 30% são propostas sexuais de mau-gosto, 20% são ameaças de morte e 10% são ameaças de morte de cariz sexual. Exemplo de uma ameaça de morte de cariz sexual: ontem, o “CrazyMotherfucker685” disse-me que está mortinho por me introduzir um objecto perfurante pela minha regueifa acima, e que isso provocará o meu falecimento. Devo ter medo?
Muitos perguntam-me por que corro sem meias. Poderia dizer que o pé fica mais arejado; que é menos um item com que me preocupar; ou que sem meias o pé seca mais depressa depois de transpor um curso de água. Tudo isso é verdade. Mas a razão principal é outra: sofri um trauma com uma meia de compressão e nunca mais fui o mesmo. Lembro-me como se fosse hoje: era segunda-feira, dia 25 de Agosto de 2017, estava sozinho em casa, não estava a dar nada de jeito na TV e lembrei-me de realizar uma sessão de asfixia auto-erótica. Não preciso de dizer mais nada.
“Mas tu és patrocinado pela Meia da Raquete”, dizem vocês – e com razão. Sim, é verdade. Acontece que eu só uso meias da raquete para efeitos de recuperação. Venham a minha casa às 10 da noite e lá estarei eu, deitado no sofá, quase nu, apenas de cuecas e meias da raquete, a ver a novela da TVI.
O regulamento do MIUT previa a classificação geral masculina, geral feminina e respectivos escalões etários. No entanto, do meu ponto de vista, a organização do MIUT falhou redondamente ao esquecer-se da classificação mais importante de todas: a classificação «à homem.» Uma coisa é a classificação dos homens; outra coisa é a classificação «à homem».
Fazer o MIUT «à homem» é fazê-lo sem muletas. Isso de usar muletas é para meninos. «À homem» é fazê-lo vergando a mola, com as mãos nos joelhos e o focinho rente ao chão. Dito isto, eis o verdadeiro pódio do MIUT 115km.
CLASSIFICAÇÃO À HOMEM – MIUT 115KM :
Para além de poder vir a integrar o UTWT - ULTRA TRAIL WORLD, o MIUT poderá também vir a integrar os Paraolímpicos devido ao uso generalizado de muletas. A candidatura está em fase de preparação:
Não me interpretem mal: não tenho nada contra o uso de muletas, até porque lhes reconheço muitas vantagens. A saber:
1. São perfeitas para apanhar o lixo graças à sua extremidade pontiaguda;
2. Servem para incentivar um colega de equipa em quebra, espetando-lhe com a referida extremidade pontiaguda no rabo;
3. Podem ser usadas como arma de defesa pessoal contra um animal selvagem ou um foragido à justiça que se encontre a monte;
Não tenho nada contra a introdução de prémios monetários no UltraTrail. A palavra-chave aqui é «Ultra». Ao contrário de muitos, penso que o dinheiro nas Ultras não terá o efeito negativo de que por aí se fala. Poderá tê-lo nas provas mais curtas, visto que na sua essência são encaradas como provas de atletismo. Quanto às Ultras, podem estar certos e certinhos de que elas não perderão o seu encanto por um punhado de euros. Com o dinheiro haverá menos camaradagem, menos fair-play e menos respeito pela natureza? Não sei nem me interessa, pois não é isso que nos atrai nas Ultras. O que nos atrai nas Ultras é a superação – e a superação não se compra. Conquista-se. É a superação que conta. Tudo o resto – o companheirismo, o divertimento e a natureza – vem por arrasto.
Exemplo prático: no passado fim-de-semana realizou-se o MIUT e o Trail de Miranda do Douro (TMD). De um lado, uma prova de créditos firmados, que para muitos implica um elevado custo financeiro (por se realizar na Madeira) e sem prémios monetários. Do outro, uma primeira edição, realizada no Continente e com prémios monetários. Agora vejam o feedback dos atletas e o número de participantes numa prova e na outra.
O MIUT deixou todos rendidos. O TMD deixou muitos desiludidos. O TMD começou com 45min de atraso porque estava nevoeiro. Repito: porque estava nevoeiro. Havia estacas de madeira e cordéis de atar chouriças a fazer as vezes de fitas de sinalização. Havia pontos em que os atletas de diferentes provas se cruzavam, vindos de diferentes direcções, uns com 12km, outros com 20km e outros 28km. Apenas 10 atletas fizeram o percurso correcto porque nos primeiros 200m havia uma cortada à esquerda e placas à direita – e quase todos seguiram as placas. E não houve classificação feminina porque nenhuma mulher se encontrava entre os 10 atletas referidos anteriormente. Um desastre.
Em boa verdade, eu aplaudo a introdução de prémios monetários no Trail. Os nossos campeões merecem o dinheiro. Mais do que merecem, precisam. Mas que país é este no qual os seus melhores atletas andam rotos? O André Rodrigues, por exemplo, parece um sem-abrigo atropelado por uma debulhadora. O desgraçado anda na rua e as pessoas dão-lhe dinheiro para ele comprar umas sapatilhas novas. Assim não pode ser.
No seguimento da demissão do Presidente e dos órgãos sociais da ATRP, o TopMáquina avança com uma lista vencedora na figura do Dr. Máquina da Fonseca. Ei-la:
ÓRGÃOS SOCIAIS
DIRECÇÃO:
Presidente:
Máquina da Fonseca
Directores:
Zeinal Bava
Vanessa Pato-Bravo
José Sócrates (atleta)
MESA DA ASSEMBLEIA GERAL
Presidente:
Vale e Azevedo
Secretária:
Monica Lewinsky
Fiscal Único:
Ricardo Salgado
Mensagem do nosso candidato a Presidente da ATRP:
Caras Amigas e Amigos Praticantes de Trail,
A nossa Associação de Trail Running de Portugal vive uma das situações mais difíceis da sua longa e rica história. Os problemas que atravessamos, se é verdade que são penosos, também é verdade que estão claramente identificados, bem como a sua origem e os seus protagonistas. É chegada a hora de serem apresentadas aos sócios as soluções que melhor servem os interesses da nossa Associação, para que estes, com informação factual, democraticamente e em consciência decidam o que consideram ser as melhores propostas para a Associação que todos amamos. Comigo, Máquina da Fonseca, a voz é e será sempre a dos Sócios, pelo que as obrigações para Convosco são sempre, inquestionavelmente, para se fazerem cumprir, seja em que situação for. Esta é para nós uma questão de honra. Pautaremos a nossa actuação pela prestação de informação regular, verdadeira e transparente, para que a cada momento os Sócios conheçam claramente a realidade da ATRP, e para que possam intervir esclarecidamente e da forma que considerarem mais adequada.
Há que assumir, sem receios, uma mudança positiva, construtiva e de verdade, pois consideramos que a ATRP não pode perder mais tempo em projectos e experimentalismos. Esta mudança (que se impõe) exige realismo, coragem e determinação, mas também competência, uma liderança forte e uma equipa extremamente coesa. Tudo isto implica alguém que conheça profundamente a ATRP, que a sinta, viva e ame. No fundo, que tenha genuinamente a ATRP no Coração. As soluções que defendemos passam, inevitavelmente, por uma reforma da ATRP, efectuada com sensatez, realismo e credibilidade. Só assim se criam as condições necessárias para a sua sustentabilidade e crescimento. Por isso, reiteramos que chega de projectos e promessas vãs, sendo essencial que nos centremos em soluções concretas e realistas, que sejam exequíveis e que possam ser implementadas logo que a equipa eleita tome posse.
Levaremos a cabo uma gestão com o máximo rigor, competência e empenho, colocando, como sempre fizemos, os interesses da ATRP acima de quaisquer outros. Garantiremos uma ATRP a uma só voz, com uma liderança clara e inequívoca, e órgãos sociais responsáveis e conhecedores do desporto e da gestão. Adoptaremos políticas financeiras adequadas para a sustentabilidade da Associação, que permitam honrar os nossos compromissos financeiros e fazer face às novas regras de fair-play financeiro, mantendo índices de competitividade altamente exigentes. Exigiremos o respeito devido à nossa Associação por parte das entidades que tutelam o Trail e a Comunicação Social. Financeiramente, a ATRP e a sua SAD têm vários desafios pela frente, dos quais temos plena consciência. Confiamos no futuro da ATRP.
Seremos competentes e cumpridores, mas exigiremos o total respeito por parte dos nossos parceiros financeiros para se poder realizar uma reestruturação justa, que sirva de base para o equilíbrio e crescimento da ATRP. O modelo que aqui apresentamos é aquele que no actual contexto entendemos ser o que melhor serve os interesses da ATRP e o que mais rapidamente lhe poderá devolver o lugar que por direito próprio é o seu, honrando o seu passado, vivendo com dignidade o presente e que permita a sustentabilidade e sucesso futuros. Lutaremos por uma ATRP campeã. Queremos uma ATRP que optimize os recursos disponíveis e cumpra eficiente e eficazmente aquilo que todos os seus associados esperam da Associação que amam: Esforço, Dedicação, Devoção e Glória. Somos uma lista agregadora, somos uma candidatura motivadora, somos uma candidatura da ATRP para a ATRP, dos praticantes de Trail e para os praticantes de Trail.
«ATRP no Coração, Confiança no Futuro.» – é este o nosso lema.
A Santa Casa da Misericórdia designa os vencedores do Euromilhões como “excêntricos.” Mas os verdadeiros “excêntricos” não são os que ganham e ficam milionários – pois ganhar resulta de um mero golpe de sorte. Os verdadeiros “excêntricos” são os que ganham e recusam o prémio. Ganhar a lotaria e recusar o prémio – isso, sim, é excêntrico.
No universo do Trail, ser seleccionado para Zegama é o equivalente a ganhar o Euromilhões. Por isso, o que dizer de um tipo que ganha a lotaria de Zegama e recusa participar na prova rainha do Trail? É um excêntrico. É o que o Pedro Rodrigues é: um excêntrico. Deus Nosso Senhor Jesus Cristo dá nozes a quem não tem dentes.
Muitas são as teorias que têm surgido nas redes sociais a propósito da recusa do Pedro Rodrigues em participar em Zegama. Uns dizem que o Pedro foi destacado para a segurança privada do Presidente da República e que este acompanhá-lo-á numa visita de estado a Moçambique no fim-de-semana de Zegama. Outros dizem que a Organização do UTSM – que se realiza no mesmo fim-de-semana – desembolsou um cachê milionário para garantir a presença do atleta da Juventude Vidigalense em Portalegre. Fala-se em 50 paus, 2 sandes de presunto, um cabaz de doçaria conventual e um fim-de-semana na Pousada da Juventude de Curral de Moinas.
A verdade é que o Pedro não vai a Zegama porque a sua cara-metade não o deixa. Segundo fontes próximas do casal, a Ana não gostou do presente que o Pedro lhe deu no dia de São Valentim – ela queria umas Bushido e ele deu-lhe umas Trabuco. Como se isso não bastasse, uma fanática colombiana andou a perseguir o Pedro no facebook e a Ana não achou muita piada ao sucedido.
[Para aumentar o efeito dramático da coisa, vamos fazer isto numa só frase. Respirem fundo.]
A Barkley Marathons é uma prova de Trail com uma taxa de desistência de 98%, tem 160 km, 9000m D+, $1,60 de inscrição, limite máximo de 40 participantes, 60h de tempo limite e realiza-se todos os anos em Congelado Head State Park, Tennessee, Estados-Unidos, no final de Março ou início de Abril, cuja partida é dada pelo acender do cigarro do criador do evento, cujo percurso é actualmente constituído por um circuito de 5 voltas de 32 km, sendo a terceira e a quarta percorridas em sentido contrário, sem postos de abastecimento (excepto o carro dos atletas e água em 2 pontos) e cujo controlo é feito por meio de vários livros (espalhados pelo percurso) dos quais é rasgada a página correspondente ao dorsal de cada atleta, que para participarem tiveram de escrever um ensaio intitulado "Why I Should be Allowed to Run in the Barkley."
Posto isto, como é evidente, já há uma dezena de Zés-Povinhos—Atletas dispostos a participar na Barkley. Já alugaram o autocarro, já fizeram uma vaquinha para juntar os 16 dólares da inscrição e já se inscreveram num curso de Inglês com vista a escreverem o ensaio "Why I Should be Allowed to Run in the Barkley."
O TopMáquina é que não brinca em serviço e já teve acesso à composição de um dos candidatos tugas à Barkley. O texto está em português (?), como seria de esperar, visto que as aulas de Inglês só agora começaram.
"Pq é k é k eu me deberia ser me permetido currer na Barkley" – por Zé-Povinho Atleta:
Eu me deberia ser me permetido currer na Barkley pq sou 1 pessoa umana com sentimentos e k gosta de dezafios… alem disso sou um ateleta mákina k nunca diziste mesmo k por bezes mapeteça dizistir!!! lol Corru já à mais de 10 anos atraz sempre há prokura dos meus limites enkuanto ser humano da espésie humana do pelaneta terra… Já fis muitas provas top e em Portugal fiz-las todas como a cólóre rane e a meiamaratona da ponte do salazar e mais reçentemente os traileres hurbanos... mas agora estou há prokura dum novo dezafio k me permita-me tirar umas çelfies top para assim ter muitos gostos no faceboooke. lol abraço mákina...
Toda a gente que é gente já desistiu: Carlos Sá, Armando Teixeira, Kilian Jornet, Anton Krupicka… e a lista nunca mais acaba. Os expoentes máximos do Trail já desistiram pelo menos uma vez na vida. Quem nunca desistiu é porque nunca foi levado ao limite. Posto isto, proponho o seguinte:
2. «Nothing is Impossible»
Não posso estar mais em desacordo. Há muito mais coisas impossíveis do que possíveis. Basta puxar pela imaginação. Exemplo: correr 85km em menos de 3h com um extintor enfiado pelo rabo acima. Posto isto, proponho o seguinte:
3. «Never Stop Running»
A sério? Nunca? Não brinquem comigo. Então e se tiverem vontade de fazer cocó? Fazem o cocó a correr? Xixi é possível. Cocó não me parece. Posto isto, proponho o seguinte:
4. «Just Run»
Só Correr? Quê? Tipo 24 horas por dia? Não acredito. Há que pelo menos salvaguardar as nossas necessidades fisiológicas, pois sem elas não conseguimos sobreviver. Posto isto, proponho o seguinte:
5. «It does not matter how slow you go as long as you don’t stop.»
Isto é muito bonito se um leão (ou um fiscal das finanças) não vos estiver a perseguir. Ou se não estiverem em competição. Ou seja, esta frase estúpida só faz sentido se estiverem a correr sozinhos no meio do deserto. Posto isto, proponho o seguinte: