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TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

TOP MÁQUINA

Eu faço Trail e sou uma Máquina. E isso é Top!

Armando Teixeira desclassificado do UTMB

por Pedro Caprichoso, em 31.08.15

A notícia caiu que nem uma bomba no seio do Trail Nacional. Armando Teixeira foi desclassificado após conquistar um brilhante 19.º CG (2.º V1) na prova rainha do Ultra-Trail mundial. Os bons resultados não se fazem apenas de vitórias e, segundo os especialistas, este teria sido um excelente resultado não fosse a desclassificação do atleta maiato.

 

Após reverem as imagens à passagem pelos postos de controlo, a organização decidiu desclassificar o Armando na base de que este recebeu ajuda externa na forma de beijinhos. O ponto 5 do regulamento do UTMB refere que “Qualquer ajuda externa que influencie o rendimento dos atletas por parte de pessoal externo à organização é expressamente proibida”, dando a entender que nenhum tipo de ajuda é permitido. Nem abraços, nem festinhas, nem cafuné, nem palmadinhas no rabinho – e muito menos beijinhos.

 

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  [Beijinho à passagem por Courmayeur]

 

Lamento imenso, mas tenho de concordar com a organização. A Ivone não faz parte do staff do UTMB e os seus beijinhos influenciam claramente o rendimento do Armando. Saber que vamos receber um beijinho da nossa cara-metade motiva qualquer homem a chegar o mais depressa possível ao próximo posto de abastecimento. Não vou ao ponto de dizer que é doping, mas não está muito longe. Que isto sirva de exemplo aos atletas que têm por hábito fazerem-se acompanhar pelas suas companheiras. Este aviso é dirigido directamente ao Luís Mota e ao Carlos Natividade Silva.

 

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[Beijinho na meta]

 

Por estas e por outras é que a minha Maria nunca vai às minhas provas. Fecho-a na dispensa em dias de prova. Mais vale prevenir do que remediar.

Quintas-Feiras Mansas à Hora do Bagacinho na Cova da Moura

por Pedro Caprichoso, em 28.08.15

Já não se morre. Agora falece-se. Já não há velhos. Agora há idosos. Já não se despede. Agora reorganiza-se. Já não há treinos. Agora há free runs. Mas não são umas free runs quaisquer. Estas exibem letreiros bem sugestivos: “Quintas-feiras bravas”, “Hora do Bagacinho”, “Quartas-feiras Mansas”, “Cova da Moura a Correr” e “Curral de Moinas Night Runners” são algumas das free runs mais conhecidas e concorridas do país.

 

A loucura é tal, que há quem suborne os organizadores para terem o privilégio de participarem nestes eventos. Melhor dito: para esfregarem na cara dos outros que participam nestes eventos. Tomem como exemplo este atleta anónimo que, segundo apurou o TopMáquina, comprou o Doutor Merino com duas sandes de presunto e um compal cenoura abacaxi (dos mais espessos) com vista a participar numa das recentes edições das “Quintas-Feiras Bravas”.

 

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Não me interpretem mal. Nada tenho contra o facto das pessoas darem nomes ‘abichanados’ às suas free runs . Com o ‘abichanamento’ posso eu bem. O problema é que se trata de publicidade enganosa. Dois exemplos: por quê “Hora do Bagacinho” se não há bagacinho? E por quê “Quintas-Feiras Bravas” se os participantes mais parecem terem saído do elenco das 'Mares-Vivas'? Homens de peito depilado a fazerem praia não me parece uma actividade lá muito brava. Bravas em quê?

 

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Duas galinhas poedeiras em troca da minha participação na próxima edição das Quintas-Feiras? O que me dizes, David Hasselhoff, perdão, Eduardo Merino?

A SIC DEIXA-ME SICK

por Pedro Caprichoso, em 25.08.15

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[Primeiro os elogios:]

Vocês sabem o que eu penso sobre as guerreiras do Trail Nacional, pelo que é um prazer aqui afirmar, a plenos plumões, que a Lucinda é uma grande mulher. Gigante. Com um bocadinho de sorte, ainda faz Top10 no UTMB. Homens, não se esqueçam do seguinte: sempre que numa prova forem ultrapassados por uma mulher, não pensem que ela é melhor do que vocês. Ela não é melhor do que vocês. Ela é MUITO melhor do que vocês.

 

A máquina de marketing da Prozis começa a dar os seus frutos. Não uso suplementação, mas tenho de dar a mão à palmatória. Estes meninos não brincam em serviço. Publicidade no telejornal da SIC não é para qualquer um. Parabéns. Quer-me parecer que a profissionalização do Trail começa aqui.

 

Depois de ter deixado bem claro que nada tenho contra a Lucinda e a Prozis – bem pelo contrário –, vamos às criticas a esta espécie de reportagem:

 

 

 

O modus operandi da TV generalista, no que toca às modalidades amadoras, é conhecido. Tirando o futebol, todas as outras modalidades são tratadas com doses iguais de amadorismo e caricatura.

 

Como é que é? Primeiro dizem que a Lucinda é profissional do Ultra-Trail há 3 anos e, mais tarde, que é professora em Gondomar? Em que é que ficamos? Digam olá ao amadorismo.

 

«O UTMB é uma das corridas mais difíceis do mundo». A sério? Sem desvalorizar o feito tremendo que é terminar uma prova com as características do UTMB, só a brincar se pode afirmar que o UTMB é umas das corridas mais difíceis do mundo. Assim, de repente, vêm-me logo à cabeça uma dezena de corridas mais difíceis do que o UTMB. Para quê exagerar? Não há necessidade. Digam olá à caricatura.

 

A Lucinda é “actualmente a melhor portuguesa nesta modalidade”. Não digo que não é. Mas também não digo que é. É discutível. Ela foi efectivamente a melhor Portuguesa no Campeonato do Mundo. Mas daí a afirmar, inequivocamente, que é a melhor portuguesa… Não acredito, sequer, que a Lucinda concorde com esse rótulo. Não vou cometer a deselegância de dizer nomes, mas a Ester Alves tem obrigatoriamente de entrar na discussão quando falamos da melhor atleta portuguesa de Ultra Trail da actualidade. É incontornável. Estamos a falar, afinal de contas, da actual Campeã Nacional. Custava muito, por isso, dizer “uma das melhores atletas” em vez “da melhor atleta”? O amadorismo está de volta. Digam olá.

 

A sensação que dá é que esta reportagem foi feita por encomenda. Nesse caso, mais mérito para a Prozis. Estes meninos sabem, mesmo, o que estão a fazer.

 

--xxx--

 

Tendo em conta a tareia que estou a levar à conta deste singelo post, convém esclarecer o seguinte para que não me interpretem mal:

1. A minha crítica aqui tem apenas e só a ver com o amadorismo dos jornalistas em relação às modalidades amadoras – e o Trai
l em particular. O meu alvo são os jornalistas. Mais ninguém. Que isso fique bem claro. Ou seja, eu não teria qualquer problema com esta reportagem se não fosse pelos erros que ela contém.


2. Eu sei que recorro muitas vezes à ironia e as pessoas pensam que estou sempre a ser irónico – o que não é o caso. De todo. Ou seja, eu não estou (sarcasticamente) a criticar a capacidade de marketing da Prozis em dar destaque à Lucinda. Nada disso. Bem pelo contrário. Eu isso aplaudo. Da mesma forma que aplaudo a Salomon por dar destaque aos seus atletas, embora por vezes de forma exagerada. Como se justifica, por exemplo, que a Ester tenha mais gostos na sua página do que muitas das melhores atletas do mundo? Ou que se façam títulos do estilo “Ester campeã nacional de Skyrunning” quando ela foi basicamente a única mulher a participar nessa prova? É marketing! Mas não posso ficar chateado por causa disso.


3. Eu não fico chateado por as marcas promoverem os seus atletas o melhor que podem. Eu fico fodido, isso sim, por ver atletas que não têm o destaque que merecem, como o Jérôme Rodrigues, o Ricardo Silva, o Nuno Silva (merecia muito mais!) e o meu xuxu Pedro Rodrigues. Cabe depois à comunicação social ter vergonha na cara e saber o que está a fazer.

20 SINAIS DE QUE ESTÁS VICIADO NO TRAIL [Actualização]

por Pedro Caprichoso, em 23.08.15

1. Cruzas-te com um(a) gaja boa / gajo bom nos trilhos e avalias-lhe primeiro os ténis e só depois o rabo.


2. Dás um trambolhão e a primeira coisa que fazes é parar o relógio. Só depois verificas se tens algum osso partido.


3. Já correste lesionado e agravaste a lesão.


4. No fim-de-semana deixas a tua cara-metade na cama e vais correr à chuva para o monte.


5. As pessoas à tua volta pedem-te, de joelhos, para não falares mais de quilómetros e desníveis positivos.


6. Vês um tipo na rua com um casaco da BERG e vem-te logo à cabeça o Carlos Sá.


7. Tens mais sapatilhas do que canais de TV.


8. Tens mais calçado para correr do que para andar no dia-a-dia.


9. 99% das fotos no teu facebook são de Trail, és membro de 79 grupos de corrida e metade dos teus amigos fazem Trail.


10. Marcas as férias e a esteticista em função das provas.


11. Fazes o truca-truca com a banda cardíaca ao peito. Eu faço.


12. Quanto estás aborrecido, o teu filho de 3 anos vem ter contigo com um par de sapatilhas nas mãos e grita: “Vai correr!”


13. Já foste apanhado, no trabalho, a ver TrailPorn.


14. És gaja e tens mais acessórios de Trail do que acessórios de moda.


15. És gaja e não falhas um treino, mesmo quando estás “naqueles dias”.


16. Quando te cruzas no Pingo-Doce com um tipo envergando uma t-shirt alusiva a uma prova de estrada, pensas para com os teus botões: «Fraquinho!»


17. Pior do que correr, já foste para o monte ver outros maluquinhos correr. Quiçá de madrugada. Quiçá à chuva.


18. Já sofreste de depressão pós-Ultra. O dia a seguir a uma Ultra é tramado.


19. Sabes quem são o Vitorino Coragem e o Homem da Marreta.


20. És fã do TopMáquina.

Desafio PROZIS

por Pedro Caprichoso, em 21.08.15

Premiado pela ATRP com o título de «Empresário do Ano», o Presidente do Viana Trail é mundialmente reconhecido como um dos melhores Empresários Desportivos do mundo. Arranjar patrocínios e comprar atletas por ‘tuta e meia’ é com ele. O que muitos desconhecem, contudo, é a sua vocação enquanto motivador e life coach.

 

O Mestre Alcobia tem um Mestrado em Psicologia Aplicada ao Trail pela Universidade de Chamonix e ninguém motiva melhor os seus atletas do que ele. Tomem como exemplo o email que nos foi reencaminhado por uma fonte anónima pertencente aos quadros da Prozis. Trata-se de uma candidatura realizada no âmbito da campanha lançada pela marca de nutrição desportiva no sentido de apoiar atletas na conquista dos seus desafios.

 

[Transcrição integral do email:]

 

Olá Prozis,

 

O meu desafio é simples: proponho-me dar um bigode ao José Faria no Grande Trail Serra d’Arga. O Faria é atleta do Viana-Trail e tem andado desmotivado. Andou a treinar descalço e à chuva no  escadório de Santa Luzia – e lesionou-se com gravidade no dedo mindinho da mão esquerda. Uma tragédia.

 

Para além da suplementação, vou precisar de duas gajas boas para o distraírem durante a prova. Elas terão ordens para se despirem à passagem do Faria e correrem atrás dele – o que não será difícil dado a forma em que ele se encontra. Este é o tipo de gajas que eu procuro:

 

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Eu peso, à vontade, mais 20kg do que ele – e se lhe ganhar, pode ser que ele finalmente ganhe vergonha na cara e comece a treinar como gente grande.

 

Tenho mesmo de lhe ganhar. A derrota não é opção. Pois se perder terei de envergar esta vestimenta durante a próxima época desportiva:

 

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 [Fim de email]

 

O próximo podes ser tu.

 

Basta escreveres para trailrunning@prozis.com e mostra a paixão pelo teu próximo desafio.

 

Até onde vais? Não interessa. Eles vão contigo!

TRIBE RUN

por Pedro Caprichoso, em 21.08.15

Recebi hoje um email de promoção da Tribe Run e vou ser sincero: não gostei. Não gosto quando uma Organização tenta minar o TopMáquina usando o humor como forma de atrair mais participantes. O humor no âmbito do Trail é marca registada do TopMáquina. Percebido?

 

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Tudo o que precisam de saber sobre o Tribe Run encontra-se resumido nos seguintes 9 pontos:

 

  1. Obstáculos criados especialmente para te proporcionar momentos de prazer.

 

  1. Existirão rampas de te levar à loucura.

 

  1. [Terá] lama mas não muita, para ninguém se sujar.

 

  1. Silvas que possivelmente podem picar.

 

  1. Por se tratar de um desafio, não existirão classificações.

 

  1. Todos mas todos serão vencedores.

 

  1. O ponto de partida será em Massamá.

 

  1. Faz as tuas pinturas de guerra e responde ao chamamento.

 

  1. Por cada inscrição será doado 1 euro à APADP (Associação de pais e amigos de deficientes profundos).

 

Descrição integral da prova aqui.

Rumo ao UTMB

por Pedro Caprichoso, em 19.08.15

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Muitos treinos, muito sofrimento, muitas lágrimas, muitas entorses, muitas assaduras, muitas diarreias, poucas quecas, muitas berlaitadas, dois divórcios e cinco meses sem ver os meus filhos. Tudo por um sonho: terminar o UTMB. O UTMB é o meu objectivo—e ninguém me vai impedir de alcançá-lo.

 

O sono comanda a vida. Dormir, correr, viver, vomitar, estourar bolhas e estar junto dos melhores atletas do mundo... nem que seja só à partida. Foram ânus, meses, dias... por 48 horas neste palco. Está a chegar o grande dia.

 

Sinto-me especial por ter sido escolhido para estar presente neste que é o Santuário de Fátima do Trail Mundial. É com muito orgulho que vou representar Portugal no UTMB. Obrigado Sr. Presidente da República Aníbal Cavaco Silva por me ter convocado. Prometo dar o meu melhor. Vou deixar a minha pele nos trilhos. Correrei inclusive nas partes planas, se for preciso.

 

As pessoas comuns vêem-nos como heróis, mas nós não somos heróis. Somos super-heróis. Apenas os super-heróis têm poderes—e o poder dos UltraRunners é correr sem parar, embora passemos a maior parte do tempo a caminhar.

 

O meu segredo? Identifico metas, defino objectivos, lavo os pés, peido-me na casa-de-banho e faço sexo com a luz apagada. A minha vida é isto. Às vezes até me esqueço de comer.

 

Sou o senhor do meu destino, o cinturão-preto da superação, o Presidente da Junta-de-Freguesia da resiliência. Quando acreditas em ti nada te pode parar, a não ser que sejas atropelado por um camião do lixo numa zona de transição. Confio cegamente nas minhas capacidades, menos naqueles dias em que fumo cannabis.

 

Adoro o Trail. Adoro a Montanha. Adoro subir ao topo da montanha, respirar fundo, comtemplar a paisagem, ver o pôr-do-sol e surpreender casais a pinocar no meio do monte. É isto que me faz viver.

 

Estou certo de que este é o caminho para alcançar o sucesso, a não ser que me perca e tenha de voltar atrás até encontrar uma fita. Não sei o que nos move. Penso que são os likes no facebook, mas não tenho a certeza.

 

#UTMB

#SUPERHEROES

#TÂNIA VANESSA – Terapia Manual e Orgasmo Garantido

‪#168KM

#PROZAC

#TESTOSTERONA

#EPO

#‎KEEPCALMANDWALK

+ 2 DICAS PARA SERES UM GRANDE ATLETA

por Pedro Caprichoso, em 19.08.15

A reboque do sucesso estrondoso das 10 Dicas Para Seres Um Grande Atleta, venho por este meio tornar o vosso dia mais alegre com a publicação de mais duas.

 

(…)

 

11. DAR A ENTENDER QUE SE FEZ UMA PROVA MAIS DIFÍCIL DO QUE AQUELA QUE SE FEZ NA REALIDADE

 

Todos conhecemos seres vivos da espécie humana que fizeram o OCC (50km) e dizem que fizeram o UTMB (168km); que fizeram o Trail Serra da Lousã (45km) e autodenominam-se finishers do UTAX (105km); ou que fizeram o TRAIL40 da Madeira (42km) e usam a abreviatura MIUT (115km) nas suas crónicas de corrida.

 

Os puristas do Trail Nacional não gostam. «Cada macaco no seu galho», gritam eles, enfurecidos e a espumar da boca. A meu ver, tal não passa de dor de cotovelo. Burros são eles que treinam que nem burros – lá está! – para terminarem uma prova com mais de 100km quando tal feito pode ser alcançado fazendo uma das distâncias mais curtas englobadas no mesmo evento. A isto chamo estupidez.

 

 

12. TATUAR OS LOGOTIPOS DAS PROVAS

 

Até tenho vergonha de não ter incluído este conselho na primeira edição de dicas. Tatuar os logotipos das provas mais emblemáticas nos membros inferiores é o caminho mais rápido para te transformares num grande atleta do Trail Nacional. Relembro que não tens mesmo de fazer as provas para tatuá-las no teu corpinho perfeito. Basta que sigas a dica indicada no ponto anterior.

 

P.S. Uma destas dicas é da autoria do VIP (Very Important Purista) Rui Pinho. Não digo qual.

MITOS DO TRAIL NACIONAL

por Pedro Caprichoso, em 18.08.15

Há uma série de mitos a circular nos seios do Trail Nacional – e está na hora de alguém os apalpar, perdão, desmascarar. Embora muitos já tenham sido cientificamente refutados, eles teimam em permanecer no nosso subconsciente colectivo. Eis alguns desses mitos que, simplesmente, não correspondem à verdade.

 

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  1. O Telmo Veloso e a Susana Simões são casados.

Falso. O Telmo e a Susana não são marido e mulher. Eles conheceram-se na primeira edição da Color Run e não passam de amigos coloridos.

 

 

  1. Treinar em jejum faz mal.

Mentira. Treinar em jejum faz bem. Faz emagrecer. Sobretudo se o treino for realizado depois das 6h da tarde.

 

 

  1. Jérôme Rodrigues tem o Speedy Gonzalez tatuado na coxa esquerda.

Errado. Não é o Speedy Gonzalez. É o rato Mickey com um chapéu de cowboy.

 

 

  1. O segredo da Analice é comer sopa de hortaliça ao pequeno-almoço.

Nem pensar. O segredo da Analice é outro. Chama-se doping. A atleta septuagenária já teve 3 controlos positivos, mas a ATRP abafou tudo. Uma vergonha.

 

 

  1. Não se deve fazer o truca-truca na véspera das provas.

Disparate! Este mito é um clássico. É claro que se pode. Aliás, deve-se. O ideal é fazê-lo meia-hora antes do tiro de partida. O truca-truca tem duas vantagens imediatas: relaxa os músculos e liberta a ‘carga’. Um tipo até parece que corre mais leve.

 

 

  1. Jorge Serrazina vai cortar o bigode quando fizer o Tor des Geants.

Incorrecto. Este mito é duas vezes falso. O Jorge já fez o Tor des Geants e não cortou o bigode como forma de celebrar o feito. Em vez disso, tatuou o logotipo da prova italiana abaixo do umbigo com a seguinte inscrição: “Estás na presença de um gigante!”

 

 

  1. O UTSF não faz parte do Circuito da ATRP porque o Moutinho não quer.

Podia ser, mas não é. Ninguém percebe por que razão o UTSF não faz parte do Circuito Nacional – e todos partem do princípio que o Mountinho está a marimbar-se para o Circuito da ATRP. De todo. Acontece que o UTSF distribui minis nos postos de abastecimento e tal viola o regulamento de álcool da ATRP. É essa a razão. Percebido?

 

 

  1. O Carlos Sá e o Armando Teixeira são grandes amigos.

Nada pode estar mais longe da verdade. A verdade é que o Carlos e o Armando não se podem ver. O último desentendimento entre os dois teve lugar num bar de Ermesinde. Testemunhas no bar afirmam que na origem da altercação esteve a disputa sobre qual é a prova mais dura do mundo: se o Tor Des Geants ou a Badwater. Armando defendia que é a Badwater; o Carlos que é a Tor De Geants.

 

 

  1. Misturar isotónico com gel causa diarreia.

Onde é que as pessoas vão buscar estas coisas? Misturar isotónico com gel causa flatulência. São coisas diferentes. Diarreia é cocó no estado líquido. Flatulência é cocó no estado gasoso. Este, porém, é um erro totalmente aceitável – pois é preciso um Mestrado em Química distinguir as duas coisas.

 

 

  1. O Autor deste blogue trabalha nas Produções Fictícias e namora com a Analice.

Deixem-me rir! Eu não trabalho nas Produções Fictícias.

 

 

  1. Calções de compressão melhoram o rendimento.

Depende. Melhoram o rendimento desportivo, mas prejudicam o rendimento sexual. O escroto é o saco de pele que abriga a tomateira e a mantém 3°C abaixo da temperatura do corpo (37°C). Se o tempo estiver frio, o escroto contrai-se e traz a tomateira para perto do corpo. Se estiver quente, mantem a tomateira afastada do corpo. Tudo para que a tomateira permaneça a 34°C com vista à produção óptima de espermatozóides. Acontece que a compressão impede que a tomateira se afaste do corpo, assando-a. Só mais uma vez: tomateira.

 

 

  1. Cãibra indica falta de potássio e a banana previne a sua ocorrência.

No fucking way! Cãibra indica falta de treino – e ocorre que tu és um banana por acreditares que a banana previne as cãibras.

 

 

  1. Correr deforma os seios das mulheres, especialmente se forem muito volumosos.

Santa ignorância! A corrida não deforma a mulher. Deforma o homem. Especialmente se o homem correr na companhia de mulheres com seios muito volumosos.

TÉCNICA DE DEPILAÇÃO REVOLUCIONÁRIA FAZ GANHAR 2SEG / KM

por Pedro Caprichoso, em 13.08.15

Vou entrar a pés juntos: se vieram aqui na esperança de que convosco partilharei uma técnica depilatória revolucionária que vos fará ganhar 2 segundos por quilómetro, podem tirar o cavalinho da chuva. Não sei onde é que vocês foram buscar essa ideia.

 

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Tens orgulho da tua farfalheira e estás a pensar depilá-la com vista a melhorar a tua performance desportiva? Não o faças. Não vale a pena. A depilação não melhora a performance no âmbito da corrida. Dou-vos 4 exemplos: Nuno Silva, André Rodrigues, Luís Duarte e Rui Pinho. São todos grandes atletas e nenhum faz a depilação. Como é que sei? Olha, porque sou apreciador de pernas masculinas. Não posso? É proibido? Não? Então metam-se na vossa vidinha e deixem os meus fetiches em paz. Avaliei ao vivo as pernas do Nuno (8/10) e do Luís (9/10). Quanto às do André e do Rui, tive o privilégio de lhes passar a mão: as do André evocam um esfregão de palha-de-aço e as do Rui um saco de sarapilheira.

 

A depilação faz sentido na natação (ganhos aerodinâmicos), no ciclismo (minimiza o risco de infecção no caso de queda) e no culturismo (facilita a injecção de anabolizantes nas veias). Já na corrida, não faz qualquer sentido. Os ganhos da depilação na corrida são marginais, pelo que só há uma justificação para um Trail Runner fazer a depilação: para ficar mais bonito. O motivo é estético. Vaidade. Nada mais.

 

Tendo em conta que é tudo uma questão de abichanamento, tens a certeza que ainda assim queres entrar no mundo pervertido da depilação masculina? Se sim, o melhor conselho que te posso dar é este: não dês ouvidos às mulheres. Elas vão garantir-te que a cera é o melhor método de depilação. É falso.

 

A cera apresenta algumas particularidades que aqui importa desmistificar:

 

  • A cera é mais dispendiosa que os demais métodos de depilação.
  • É uma carga de trabalhos: aquece cera, espalha cera, põe banda, tira banda, espalha cera, põe banda, tira banda, espalha cera, põe banda, tira banda...
  • Magoa que se farta. Sei por esperiência própria. Aqui há tempos fiz uma depilação à brasileira e a coisa não correu lá muito bem. A cicatriz de dois centímetros que tenho no meu tomatinho esquerdo está lá para contar a história;
  • Para o mulherio a depilação constitui um complexo ritual social, não tanto pelo aspecto prático (devido à maior ou menor dificuldade em alcançar certas zonas da anatomia) mas mais pelo apoio moral inerente ao ponto anterior: «Isto não vai doer nada! Vá, todas ao mesmo tempo. Vou contar até três e depois puxamos as bandas ao mesmo tempo. Um, dois…» Para os homens esta socialização é porém irrelevante. Homem que é homem não se depila à frente de outros homens. Homem que é homem depila-se com a Gillette da barba às escondidas da mulher.

 

Esqueçam por isso a cera e depilem-se como eu: com lama dos Abutres e carqueja da Freita. Primeiro a lama (para lubrificar) e depois a carqueja (para esfoliar). À macho.

10 DICAS PARA SERES UM GRANDE ATLETA

por Pedro Caprichoso, em 10.08.15

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Não és superdotado fisicamente e não gostas de treinar? Não faz mal. Isso de treinar a sério e dar o litro nas provas é coisa do passado. Hoje, na era das redes sociais, para ser um grande atleta são necessárias outras competências. Mais do que ser, o que conta é parecer. O que importa, verdadeiramente, é parecer um grande atleta.

 

 

1. PUBLICAR TODOS OS TREINOS NO FACEBOOK

 

O treino rende mais se publicarmos todos os nossos treinos no facebook? Não. Mas isso também não interessa. O que interessa é dar a entender que treinamos muito. Ênfase na quantidade. Nesse sentido, há duas estratégias indispensáveis para aumentar a nossa quilometragem semanal: (1) atarraxar o relógio GPS à bicicleta e publicar o treino de ciclismo como se fosse de corrida; (2) conduzir até ao topo do monte mais próximo, sair do carro, molhar a cara, fazer pose de campeão, tirar uma selfie, publicá-la no facebook e conduzir de volta a casa.

 

 

2. PROTELAR A CRÓNICA DA PROVA

 

O ruído nas redes sociais é ensurdecedor nos dias a seguir à prova, já que a maioria dos atletas publicam as suas crónicas mal rebentam as bolhas do rêgo do cu. De maneira a que a vossa crónica tenha mais impacto, o melhor é deixar assentar a poeira e protelar a sua publicação. Uma semana parece-me razoável. Deixem passar uma semana e, então, terás o destaque merecido.

 

 

3. ESCOLHER AS PROVAS MAIS FÁCEIS

 

Elevar o nosso estatuto de atleta passa por competir em provas de segunda linha. Nestas provas encontramos menos concorrência e a probabilidade de fazermos uma boa classificação aumenta exponencialmente. O ideal é participar nas primeiras edições de provas que se disputem no mesmo dia de provas consagradas. Participem numa prova disputada no mesmo fim-de-semana do Grande Trail Serra de Arga e entrarão no Top10 sem qualquer dificuldade.

 

 

4. PEDINCHAR PATROCINIOS

 

Não tenham vergonha. Liguem para as marcas e façam um choradinho. Podem conseguir um par de ténis da Adipas, uns calções pele-de-cona-de-andorinha, uma sacada de géis com extracto de pau-de-cabinda ou apenas um bidon de vaselina. Não interessa. Tudo o que vier à rede é peixe. Não acreditam nos produtos? Não interessa. Dêem-nos aos vossos amigos. O que interessa é agarrarem todos os patrocínios que conseguirem. Quantos mais, melhor. O meu lema é: atleta patrocinado, atleta valorizado.

 

 

5. ENCHER O FACEBOOK COM PUB

 

Uma vez conquistados os patrocínios indicados no ponto anterior, há que promovê-los nas redes sociais. Gosto particularmente dos atletas cujas publicações vêm sempre acompanhadas por algum tipo de product placement. Olhem para ele, de férias, no Algarve, deitado na espreguiçadeira com um bidon de isostar ao lado. Todos sabemos que atrás do bidon está um cocktail de rum com laranja e coca-cola, mas não faz mal. Não esquecer os cardinais: usem e abusem dos cardinais. É para isso que eles servem.

#sopadamama

#meiadaraquete

#adipas

 

 

6. ENFAIXAR-SE COM BANDAS NEUROMUSCULARES

 

Comprem 10 rolos de fita neuromuscular e enrolem-se nela em dias de prova. O objectivo é cobrir a maior área possível do vosso corpo e transformarem-se numa múmia. Quanto mais coloridas as bandas, melhor. Se não tiverem dinheiro para comprar as bandas, usem fita-cola isolante. O efeito é o mesmo.

 

 

7. COLOCAR O NOME NO EQUIPAMENTO

 

Ter o equipamento personalizado com o vosso nome dá logo outra imagem. É de profissionalismo que falamos. Se der para adicionar o grupo sanguíneo como fazem os pilotos de rally, melhor ainda.

 

 

8. PUBLICAR LESÕES

 

Os grandes atletas andam sempre lesionados. Estudos indicam que a foto de uma entorse equivale, no facebook, a pelo menos 100 likes. Se estiver roxa, são mais 50. Se tiveres dificuldade em te lesionar, não desesperes. Faz assim: veste uma camisola do Benfica por baixo do casaco, vai às compras ao mercado do bulhão e depois tira o casaco. Nada mais fácil.

 

 

9. CRIAR PÁGINA DE ATLETA

 

Atleta que é atleta tem página de atleta. Não corres um peido? Melhor ainda. Pois assim as pessoas ficam a saber que és atleta – coisa que até aí desconheciam. Trabalho é trabalho, conhaque é conhaque, cafuné é cafuné e fasceíte plantar é fasceíte plantar. Convém separar as coisas. Temos, portanto, o Zé Povinho–Pessoa e o Zé Povinho–Atleta. Num dia são pessoas; no outro são atletas – e assim é que deve ser.

 

 

10. CRIAR UM BLOGUE

 

Tomem como exemplo este pardieiro. Não preciso de dizer mais nada, pois não?

Abolição do Pódio Sénior

por Pedro Caprichoso, em 06.08.15

Vamos direitos ao assunto: Que sentido faz um atleta Sénior (<40 anos) fazer referência à sua classificação enquanto Sénior?

 

«Fiquei em 34.º Geral / 20.º Sénior», publica o Zé Povinho—Atleta no facebook. Parabéns. És o maior. Quero lá saber em posição é que tu ficaste no escalão Sénior. Um atleta Sénior tem obrigação de ficar à frente dos veteranos, pelo que a posição à Geral é a única coisa que interessa.

 

Sabem o que eu penso quando um tipo anuncia, no facebook, que ficou em 34.º à Geral e 20.º no escalão Sénior? Não penso: Eh pá, este tipo é mesmo bom, pois ficou no Top20 do seu escalão. Penso: Eh pá, este tipo é mesmo fraquinho, pois ficaram 14 velhos à frente dele.

 

Qual é a diferença entre isto e a interpretação desvairada do Governo em relação aos números do desemprego? Interpretar os resultados a nosso favor fica mal. Não é bonito. No fundo, tudo não passa de uma tentativa frustrada de transformar um mau resultado num bom resultado.

 

Como todos sabemos, para além da idade, o signo astrológico é o factor que mais influência a performance desportiva de um atleta. Portanto, não me surpreendia nada se amanhã der de caras com a seguinte aberração:

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Vou mais longe: o pódio para o escalão Sénior devia ser abolido. Fica a pergunta: num pódio Sénior estamos a celebrar exactamente o quê?

 

Vejam as coisas nesta perspectiva: na luta pela Geral, os atletas veteranos partem em desvantagem (por causa da idade) e faz sentido que sejam recompensados com uma cerimónia de pódio. Tal não se aplica aos atletas Séniores, já que estes partem em vantagem em relação a todos os outros. Acontece que depois vemos coisas absurdas como atletas a subirem 2 vezes ao pódio (na Geral e no Escalão Sénior) e atletas, que ficam em 7.º ou 8.º na Geral, e são recompensados (com uma ida ao pódio no Escalão Sénior) embora tenham ficado atrás de 4 ou 5 atletas veteranos. Faz sentido, isto?

Rescaldo do UTNLO

por Pedro Caprichoso, em 04.08.15

Xixi, cocó, duche, berlaitada, porco no espeto, carro, banana, um Pai-Nosso, duas Avé-Marias e boleia no foguete do Viana-Trail. Assim começou o meu Sábado, não necessariamente por esta ordem.

 

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Apanhei boleia no autocarro da minha futura equipa e fiquei surpreendido com o ambiente que encontrei. As vedetas da equipa vianense partilharam experiências para facilitar a minha integração no grupo – e foi muito gratificante ouvir histórias bonitas de entreajuda e superação, como daquela vez em que o Jérôme foi atacado por um Lince Ibérico no Gêres enquanto arreava o calhau – o Jérôme, não o Lince. O Ricardo e o Faria passaram a viagem a cantar ao desafio e a mamar do garrafão do vinho: enquanto um cantava, o outro mamava. O Saleiro conduzia o pão-de-forma, o Rocha enfardava rissóis directamente do Tupperware, a Iva e o Pedra jogavam à sardinha, o Amândio automotivava-se falando sozinho, a Sónia fazia um gorro em malha para o Jérôme – muito frio apanha aquela careca – e os restantes mostravam o rabo aos transeuntes. Sinto a mística do Viana-Trail a apoderar-se de mim como uma doença contagiosa. Só não gostei da segregação de género imposta pelo Presidente, com as mulheres na parte da frente do autocarro e os homens escorraçados para a parte de trás. “Temos de poupar energia para a prova”, dizia ele. Ao menos deu o exemplo, já que a sua cara-metade fez a viagem toda na bagageira.

 

Uma vez em Óbidos, tirámos uma foto em grupo na barraca da Prozis. Só espero que a Sopa da Mamã não me retire o patrocínio por causa desta brincadeira. Levantámos depois os dorsais, jantámos tranquilos apesar da companhia do Capela e do Pinho, regressámos ao autocarro e ainda faltava uma hora para o tiro de partida quando nos começámos a equipar. A etiqueta dá preferência às mulheres, mas desta vez foram os homens que se equiparam primeiro. Para deleite de um grupo de idosas, cujo autocarro se encontrava estacionado ao lado do nosso, as velhas babavam-se violentamente (embaciando os vidros da viatura) e fartavam-se de tirar fotografias. O Faria, como seria de esperar, ainda lhes conseguiu sacar três números de telefone. Sem surpresa, eram números fixos.

 

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Há 2 tipos de pessoas a evitar nas partidas: (1) os velhos que ainda pensam que são novos e (2) os atletas de ginásio artilhados com tecnologia-de-ponta dos dedos dos pés à ponta dos cabelos. Estas duas espécies de gente fazem de tudo para partir à frente dos outros: cagaram de alto para o briefing do mestre Serrazina, empurraram-se, acotovelaram-se e logo se arrebanharam nas escadas de acesso ao local da partida. E para quê? Será que acreditam, mesmo, que são os 10 segundos que ganham no arranque que farão a diferença? Ou será que é só mesmo para aparecer na fotografia? Se este for o caso, é uma pena, pois os que fazem questão de partir à frente são justamente os mais feios – e as fotografias ficam estragadas.

 

Fernanda Verde foi atacada por um exibicionista à passagem pela Lagoa. O energúmeno baixou as calças à passagem da vencedora do UTNLO, insultou-a e exibiu-lhe o instrumento. A atleta do Desnível Positivo afirmou aos microfones do TopMáquina que “Era noite, ia sozinha e fiquei muito assustada quando lhe vi a pila.” A Fernanda que me desculpe, mas eu não acredito nela. Não acredito que ela lhe viu a pila porque todos sabemos que este tipo de energúmenos têm uma pila muito pequenina. Com estes tipos funciona a lei da compensação: muita bazofia e uma pilinha muito pequenininha. De dia e com uma lupa ainda “vá lá que não vá". Agora, de noite? Não acredito.

 

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Alguns atletas foram barrados no abastecimento dos 39km por lá terem chegado fora do tempo limite estipulado pela Organização. Ser-se barrado costuma implicar a desclassificação. Não em Óbidos. Barrado em Óbidos implica ser-se barrado com chocolate e sofrer a humilhação de ir nessa triste figura até à meta. O chocolate utilizado foi o que sobrou do 13.º Festival Internacional de Chocolate de Óbidos, realizado no passado dia 16 de Abril.

 

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Os sortudos que bateram o limite de tempo (e chegaram limpinhos ao Castelo) não se ficaram porém a rir. Na subida para o Castelo foram todos brindados com um fosso de merda. Testemunhas oculares afirmam que o Délio Ferreira mergulhou de cabeça no fosso e perdeu o terceiro lugar em resultado da queda. O atleta que com ele estava a disputar o pódio ganhou forças sobre-humanas e fugiu dele só para não levar com o cheiro.

 

Muitos facebookianos queixaram-se que Óbidos não era ao jeito deles porque era uma prova muito rolante. É a primeira vez que ouço atletas queixarem-se por uma prova ser mais fácil do que eles pensavam. Tenho a impressão de que estes queixosos são os mesmos queixosos que se queixam das provas muito técnicas e com muito desnível – porque do que eles gostam mesmo é de correr. O problema não está nas provas; está na cultura do queixume.

 

Citado pela Eurosport, Ricardo Silva afirmou que “Estas provas para o Hélder são como limpar o rabinho a um bebé”. Ó Ricardo, desculpa lá, mas esta metáfora é estúpida. Mas quem disse que é fácil limpar o rabo a um bebé? Não estou a ver muitos homens a dizerem: “Maria, vai tu levar o lixo enquanto eu limpo o rabinho à Tânia Marisa”. O Ricardo é um grande atleta, mas é muito fraquinho a empregar figuras de estilo.

 

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[Continuando na temática do rabinho:] Como é do conhecimento público, fiquei com o rabinho assado no UTNLO. Já sei o que vocês estão a pensar: o exibicionista apanhou-te na Lagoa e esgaçou-te o rabinho todo. Não, foi mesmo caganeira. Das antigas. De esguicho. O Rocha viu-me a defecar e pode confirmar. Nesse sentido, venho por este meio solicitar o vosso input: qual dos seguintes produtos vos parece o mais indicado para reparar os danos sofridos pelo meu rabinho?

 

a) Halibut (a escolha clássica)

b) Tabasco (dizem que o picante desinfecta, não é?)

c) Ice Power (ao menos refresca)

d) Maionese (yammi!)

e) Folhas de Eucalipto prensadas (é mais suave que o Ice Power e também refresca)

Elogio aos que vivem sem medo

por Pedro Caprichoso, em 02.08.15

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Não conhecia o João Marinho. Devo ter-me cruzado com ele um par de vezes – não mais do que isso – e sempre no âmbito do Trail. Não posso, por isso, falar dele enquanto pessoa. Posso, no entanto, por aquilo que é público, falar do seu estilo de vida.

 

O João era um apaixonado pela vida e, sobretudo, um apaixonado pela natureza. O João era um daqueles tipos que não se contenta por menos do que o máximo que a vida tem para nos oferecer. O João quis viver a sua vida ao máximo – isto é, sem medo – e viveu-a. Isto não é pouco. É muito. É tudo. Viver a vida sem medo é tudo a que nós podemos aspirar.

A morte é o único tabu que nos resta – e as pessoas encaram hoje a vida como se fossem viver para sempre. Daí a actual obsessão pela saúde associada à dieta, à estética e a um estilo de vida saudável. Estas pessoas esquecem-se do mais importante: de viver a vida sem medo. O João viveu a sua vida sem medo. Que é o mesmo que dizer: livre.

 

Claro que há o reverso da medalha, pois viver a vida sem medo implica correr riscos. Viver com "moderação" é, pois, o caminho mais sensato para quem deseja viver muitos e longos anos. Mas onde está o prazer de viver com moderação? Será que a qualidade de vida não é mais importante do que a quantidade de vida? O que é preferível? Viver sem medo durante 31 anos ou viver com moderação e morrer de tédio aos 92?

 

O grande drama da sociedade moderna é confundir conforto com qualidade de vida – e achar que o conforto é o caminho mais rápido para a felicidade. A verdade é que a nossa felicidade começa, justamente, fora da nossa zona de conforto. O João sabia isto – e por isso foi para a Montanha.

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