Abolição do Pódio Sénior
Vamos direitos ao assunto: Que sentido faz um atleta Sénior (<40 anos) fazer referência à sua classificação enquanto Sénior?
«Fiquei em 34.º Geral / 20.º Sénior», publica o Zé Povinho—Atleta no facebook. Parabéns. És o maior. Quero lá saber em posição é que tu ficaste no escalão Sénior. Um atleta Sénior tem obrigação de ficar à frente dos veteranos, pelo que a posição à Geral é a única coisa que interessa.
Sabem o que eu penso quando um tipo anuncia, no facebook, que ficou em 34.º à Geral e 20.º no escalão Sénior? Não penso: Eh pá, este tipo é mesmo bom, pois ficou no Top20 do seu escalão. Penso: Eh pá, este tipo é mesmo fraquinho, pois ficaram 14 velhos à frente dele.
Qual é a diferença entre isto e a interpretação desvairada do Governo em relação aos números do desemprego? Interpretar os resultados a nosso favor fica mal. Não é bonito. No fundo, tudo não passa de uma tentativa frustrada de transformar um mau resultado num bom resultado.
Como todos sabemos, para além da idade, o signo astrológico é o factor que mais influência a performance desportiva de um atleta. Portanto, não me surpreendia nada se amanhã der de caras com a seguinte aberração:
Vou mais longe: o pódio para o escalão Sénior devia ser abolido. Fica a pergunta: num pódio Sénior estamos a celebrar exactamente o quê?
Vejam as coisas nesta perspectiva: na luta pela Geral, os atletas veteranos partem em desvantagem (por causa da idade) e faz sentido que sejam recompensados com uma cerimónia de pódio. Tal não se aplica aos atletas Séniores, já que estes partem em vantagem em relação a todos os outros. Acontece que depois vemos coisas absurdas como atletas a subirem 2 vezes ao pódio (na Geral e no Escalão Sénior) e atletas, que ficam em 7.º ou 8.º na Geral, e são recompensados (com uma ida ao pódio no Escalão Sénior) embora tenham ficado atrás de 4 ou 5 atletas veteranos. Faz sentido, isto?