Desporto de Macho
O que eu mais gosto no Trail Running é que é um desporto para machos. De e para machos. No Trail não há lugar para aquelas paneleirices que se vêem no Futebol. Os jogadores da bola simulam faltas, simulam agressões, abraçam-se, dão palmadinhas no rabo uns dos outros e, em certas situações, até se beijam. Tais comportamentos abichanados não são tolerados no Trail Running. Quando muito, em último recurso, dá-se a mão para retirar um companheiro atascado numa poça de lama. Mais do que isso é visto com desconfiança.
Os praticantes de Trail não se depilam. Deixam a farfalheira ao natural como o Tony Ramos. É das pernas peludas que elas gostam mais.
Os macho-runners não usam roupa justa de lycra. Correm com sapatilhas de futsal e fato-de-treino da feira, com o cordão de ouro oscilando sobre um vistoso tapete de pêlos que do peito irrompem de forma viçosa. Os macho-runners não usam roupa a combinar, não têm 20 pares de sapatilhas, não tiram selfies e não vão para o monte mostrar o rabo.
Um sujeito homem não passa creme antifricção nas partes baixas. Um cabra-macho não tem medo de chamuscar a tomateira. Nem de chamuscar a tomateira, nem de queimar o rabinho. Lubrificante é para maricas!
Para terem noção do nível de macheza – não confundir macheza com machismo – dos homens do Trail, basta dizer que nem os massagistas têm autorização para nos tocar nos glúteos.
Homem do Trail que é homem do Trail nunca diz que não. Homem do Trail que é homem do Trail aguenta uma noite inteira sem falhar uma única vez. Homem do Trail que é homem do Trail é um verdadeiro macho latino. Homem do Trail que é homem do Trail tem força de vontade suficiente para recusar um convite tão apetitoso quanto este: