Rescaldo LouzanTrail – Parte II: A Arte de Cortar a Linha de Meta
Há muitas formas de cortar uma meta: uns saltam por cima da fita estilo Zé Miller, outros dão cambalhotas estilo macaco Adriano, uns ajoelham-se com a bandeira de Portugal aos ombros, outros agarram e arrastam os filhos contra a sua vontade. O Ricardo Silva dá dez a zero a todos eles: o robocop agarra na meta com ambas as mãos, recolhe-a cuidadosamente e dá 2 beijinhos às meninas que a seguravam pela suas extremidades. É assim em todas as provas que vence—o que, pelas minhas contas, já vai em duzentos e setenta e cinco beijinhos. A única diferença é que, se forem homens, dá-lhes um bacalhau e pergunta-lhes "Onde estão as meninas que eu pedi?" Diz-se por aí à boca cheia que essa é, aliás, a única exigência que o atleta de Barcelos faz às organizações que o convidam. Uns exigem deslocações pagas, outros cachê, outros massagistas, outros serem entrevistados pelo Joca. O Ricardo só quer duas gajas a segurar a fita de meta. É pedir muito? Eu acho que não.
Ricardo Silva passeou classe na Lousã. Vamos às contas: quase 44k com 3200D+ em 4h30. Estamos a falar de um ritmo ligeiramente acima de 6min/k, o que implica fazer praticamente todas as subidas em ritmo de corrida. Bicho! Desconfio que ele só tenha caminhado na segunda metade da subida em corta-fogo ao Trevim e naqueles últimos 5 metros antes da meta, com vista a segurar na dita fita e amandar dois chochos às ditas meninas. Só é pena ele depois vir sempre armado em cagão para o facebook, vomitando banalidades, agradecendo aos mesmos de sempre e cagando mais hashtags do que um publicitário com diarreia. É uma pena. Devia ser mais humilde, este menino. Só lhe ficava bem. Depois queixa-se de que ninguém gosta dele. Seja como for, não se pode negar a classe. Ainda não tinha cortado a meta e já estava a pedir uma mini à Barbara Fernandes, que deixou a pizza do André a arrefecer na caixa para assistir à chegada do Ricardo. O que vale é que o André e o Ricardo ficaram super-amigos desde aquela vez em que cortaram a meta dos Abutres de mão dada. De outra forma, ia dar merda com toda a certeza. O Ricardo é que não teve a mesma sorte. Perguntem à Ana Miranda. Só sei que o rolo da massa entrou em acção.
[Créditos: Bué de Fotos]